O cicloturismo tem algumas características que atraem diferentes níveis de ciclistas, algumas modalidades e vários propósitos de pedal.
Na nossa lista de melhores lugares para se viajar de bicicleta, você encontra todas elas e algumas dicas para cada desafio. Vamos lá:
01 – Caminho da Fé
Um clássico para quem pretende se aventurar em uma primeira cicloviagem. Com 300 km de extensão, esse percurso pode ser feito nas seguintes opções:
Fácil: 5 dias ou mais
Médio: 3 dias
Difícil: 2 dias ou menos
O Caminho da Fé possui inúmeras variações de percurso, mas a mais tradicional vai de Águas da Prata (SP) até Aparecida (SP), terminando no Santuário de Aparecida.
O Caminho da Fé surgiu como uma opção de turismo religioso e é muito frequentada por peregrinos que fazem o caminho a pé ou à cavalo. Nos últimos anos as bicicletas marcaram presença forte por lá e todas as pousadas e restaurantes já sabem lidar muito bem com as demandas que nós temos para as magrelas.
Esta é uma opção de cicloviagem que oferece muitas opções no que diz respeito a hospedagem e pontos de abastecimento. Os hotéis são simples, sem luxo e com custo relativamente acessível.
Outro diferencial deste caminho é que o percurso é todo sinalizado pelas tradicionais setas amarelas, portanto a navegação é extremamente facilitada.
Para quem busca um guia, segue aqui a nossa recomendação: Daniel Longo (1 999951-6780)
Aqui, um vídeo com dicas para essa cicloviagem.
02 – Estrada Real
Aqui já temos um circuito com mais desafios e perrengues. O caminho mais tradicional da Estrada Real é o Caminho Novo, que vai de Ouro Preto até Paraty. São 700 kms que possuem como principal desafio a dificuldade de navegação e necessidade de um ótimo planejamento de paradas.
Alguns trechos desse caminho são um pouco desérticos, exigindo que você esteja bem munido de água e comida.
Existe a possibilidade de cortar caminhos pelo asfalto se você estiver muito cansado ou sem os suprimentos necessários, mas nem todas as cidades do caminho possuem hotéis e restaurantes.
Alguns ciclistas preferem cortar os primeiros 100 km, que vão de Ouro Preto até Congonhas. Começando em Congonhas, o trajeto até chegar em Paraty fica um pouco menos difícil.
Fazer em menos do que 5 dias é para ciclistas bem experientes, portanto, estejam preparados para tirar alguns dias de férias.
O trajeto é composto por estradões de terra, pequenos trechos de asfalto e alguns singletracks de nível básico (que variam de acordo com a época do ano)
03 – Serra da Canastra
A Serra da Canastra é um dos lugares mais diversificados do país. É possível viajar ali com qualquer bike off road (enduro, xc ou gravel)
Não existe um percurso favorito dos ciclistas, até por que são muitas possibilidades de distâncias e principalmente de nível técnico.
O trajeto que sai de São Roque de Minas (MG) e vai até Sacramento (MG) passando por São João Batista da Canastra (MG) pode ser feito em dois dias, não tem partes muito técnicas, mas tem bastantes subidas no início do primeiro dia, saindo de São Roque. Faze-lo no sentido inverso seria uma ideia legal, pois as subidas seriam menos duras. Vale lembrar que no meio desse trajeto você vai passar pela cachoeira Casca Danta (parte alta) e pela nascente do Rio São Francisco.
Para quem procura um pouco mais de técnica e dificuldades, recomendo que pesquise por um guia que conheça as trilhas locais. Provavelmente ele vai te levar para pedalar na parte baixa da Serra, próximo de Delfinópolis (MG).
Segue um contato: Tulio Bigode (37 99125-8587)
04 – Vale Europeu
O Vale Europeu também é mais um clássico que todo ciclista (colecionador de viagens ou não) gostaria de ter no currículo.
Passando pelas icônicas cidades do interior de Santa Catarina, com enormes referências do estilo europeu, este é um percurso muito bonito com muitos desafios e bastante estrutura de turismo.
Ele tem 300 kms e também pode ser feito em 3 a 5 dias, a depender do seu nível de pedal.
A navegação também é feita por setas no percurso e é muito clara. É possível faze-lo de gravel, mas não é a opção mais confortável, principalmente se você não tem muita experiência com essa bike.
05 – Litoral norte de SP
Esse é um lugar muito legal de se viajar. Com cidades e vilarejos pelo litoral, você vai pedalar pelo asfalto mais bonito de São Paulo, com vista para montanhas e para o mar. Praias vazias e preservadas aparecem no meio do seu caminho.
É possível dar um mergulho a qualquer instante ou entrar nos vilarejos para experimentar uma comida caiçara.
Vale a pena começar a pedalar em Paraty (que ainda é no RJ) e ir até Ubatuba, Caraguatatuba, Maresias ou até Santos (todas em SP).
Nem pense em pedalar pela areia da praia, pois ela é muito fina e não dá tração com nenhum pneu.
Esse trajeto é todo no asfalto, fácil de navegar e tem abastecimentos relativamente fáceis. Não possui muitas subidas (tem uma longa em Bertioga) e tem um visual fantástico.
Vale a pena estudar a previsão do tempo para fugir da chuva, pois aquela região é bem conhecida por chover o ano todo.
Segue aqui um relato que escrevi sobre as possibilidades para se viajar no litoral norte de sampa.
Se tem uma coisa que a gente gosta além de andar de bicicleta, é passar uns dias fora de casa conhecendo esse mundão, então o mais importante é que você escolha um desses e vá logo para algum pico de pedal passar uns dias viajando. Bons pedais!
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Alex Malacarne faz terceiro lugar na Copa do Mundo em Araxá
As icônicas trilhas de Araxá-MG, patrimônio do mountain bike brasileiro, foram palco de um fato histórico na tarde do último sábado (20/04). O paranaense Alex Malacarne (Trinity Racing MTB) conquistou o terceiro lugar na prova de cross country olímpico (XCO) Sub-23 da Copa do Mundo de Mountain Bike – e se tornou o primeiro atleta do país a subir ao pódio em uma etapa brasileira da competição. A disputa em Minas Gerais marca a segunda etapa da WHOOP UCI Mountain Bike World Series 2024, a principal competição em estágios do mountain bike mundial. Aos 22 anos, Malacarne fez uma corrida bastante sólida e levou ao delírio as milhares de pessoas presentes na arena montada no Grande Hotel Araxá. “Foi como uma vitória este terceiro lugar. Meu primeiro pódio em uma Copa do Mundo, ainda mais no Brasil, foi muito especial. Receber todo o calor e a emoção do público, isso não tem preço”, explicou o atleta, logo após cruzar a linha de chegada. “Araxá é sempre o maior evento do mountain bike brasileiro. Todos os atletas se preparam para entregar a melhor performance do ano aqui, e esse ano com uma Copa do Mundo tenho certeza de que todo mundo estava no ápice. Conseguir um pódio nessas circunstâncias é ainda mais especial. Hoje eu escrevo a minha história junto com Araxá”, completou o brasileiro. Fotos: Alemão Silva A prova O norte-americano Riley Amos (Trek Factory Racing-Pirelli) segue dominante na categoria Sub-23 da Copa do Mundo de Mountain Bike. Depois de conquistar duas vitórias na primeira etapa em Mairiporã-SP, no short track (XCC) e no XCO, ele repetiu o feito em Araxá com mais duas vitórias. Desde o início ele teve um embate roda a roda com o suíco Finn Treudler (Cube Factory Racing) – que acabou ficando com a segunda colocação. Amos fechou a prova com 01h01min51s, 9 segundos à frente do vice e 19 segundos de vantagem sobre Malacarne. “Foi muito difícil essa prova, mas nunca é fácil. Finn estava andando muito forte hoje, subindo melhor do que todos nós, e tudo o que pude fazer foi ficar colado nele. Me senti um pouco melhor faltando duas voltas para o final, vi uma oportunidade e tive a sorte de dar certo. Mas Finn é incrível, Alex fez uma corrida incrível, então tive sorte”, comentou Amos. Além de Malacarne, outros brasileiros tiveram bons desempenhos em Araxá. Eiki Leôncio ficou na 32ª posição, enquanto Cainã de Oliveira garantiu o 37º lugar. Otávio de Souza, Fernando Nunes, Tales Soares, Rafael Assis, José Pereira Santos, Ramon Lopes e Guilherme Zanandrea fecharam a prova nas 42ª, 46ª, 48ª, 53ª, 56ª, 58ª e 59ª colocações, respectivamente.
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Chuva, frio e abandonos por hipotermia marcam La Flèche Wallonne 2024
Após muitas expectativas para a chegada da La Flèche Wallonne 2024 na aclamada subida de Huy, poucos esperavam encontrar um grupo tão reduzido no icônica subida. Tudo se deu pelas baixas temperaturas. Muito dura a corrida foi definida, mais ou menos no meio da prova, por um autêntico dia clássico belga com chuva incessante, frio e vento implacável. Isto, somado ao ritmo forte com que decorreu a prova, provocou um verdadeiro desastre entre os nomes mais importantes do pelotão, seguramente, com as mentes mais focadas na disputa do próximo domingo em Liège-Bastogne-Liège do que em sobreviver a este dia de frio intenso. Assistam abaixo o resumo: Mattias Skjelmose sofreu reações hipotérmicas depois que condições terrivelmente frias de inverno engoliram o pelotão em La Flèche Wallonne, na Bélgica. Com temperaturas na casa dos 5ºC misturadas com vento e chuva, o piloto dinamarquês tremia tanto que a equipe Lidl-Trek tive que tirá-lo da bicicleta e carregá-lo para um veículo da equipe próximo. Damn, Skjelmose was shaking... 🥶 #FlecheWallonneHope he's in front of a fireplace with winter socks now. pic.twitter.com/sERd7B9NXb — Benji Naesen (@BenjiNaesen) April 17, 2024 Dirigentes da Lidl-Trek confirmaram que Skjelmose, que começou como um dos favoritos da pré-corrida na clássica belga do meio da semana, sofreu com o frio, mas não enfrentou uma ameaça séria à sua saúde.“Podemos confirmar que os nossos pilotos, que sofreram sintomas de hipotérmia (Skjelmose em particular) devido ao mau tempo, estão a sentir-se definitivamente melhor graças a um banho quente, bebidas quentes e ar quente no carro da equipe”. “Nenhum tratamento importante é necessário e tudo está definitivamente sob controle.” Dos 200 ciclistas que largaram, apenas 44 finalizaram a competição, o que é um numero altíssimo de abandono. O campeão do duríssimo dia foi Stevie Williams, da Israel Premier Tech. "Que dia, estou muito feliz agora, não posso acreditar que acabei de ganhar a Flèche", disse o atleta de 32 anos.“Há anos que assisto esta corrida e vim aqui com pernas decentes para tentar vencer. Gosto de correr neste tipo de clima e, para sair com a vitória, estou muito feliz. O time me apoiou o dia todo e me deu a melhor chance de sair com o resultado... Foi muito especial."
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Multas que a UCI distribuiu em Mariporã por jerseys erradas e acessórios no pódio chegam a 12 mil reais cada
Os principais alvos das multas foram Nino Schurter, Kate Courtney, Savilia Blunk e Jolanda Neff. As multas chegam a 2 mil francos suíços, que equivalem a aproximadamente R$ 11.500,00 Qual foi o motivo das multas? Bem, chega a ser questionável se os atletas fizeram intencionalmente ou não. Nino Schurter e Kate Courtney utilizaram as mangas com arco-íris na camisa, o que representa que eles já foram campeões mundiais em anos anteriores. Acontece que eles só tem esse histórico no XCO, mas não no XCC. Assim sendo, eles não poderiam utilizar este adereço na prova de short track (XCC). No caso da americana Savilia Blank e da suíça Jolanda Neff, ambas multadas em cerca de 500 euros, a vestimenta incorreta ocorreu no pódio. Savilia subiu para receber o troféu pela segunda posição com a bolsa de um de seus patrocinadores e Jolanda, quinta na corrida, o fez com um chapéu de outro de seus patrocinadores. Parece que foram esses casos que violaram os regulamentos da UCI. O questionamento que não quer parar é: será que algumas dessas faltas foram cometidas por querer? Os patrocinadores contabilizaram os custos e chegaram a conclusão que valeria a pena ter aquela visibilidade no pódio? E no caso do Nino e da Kate, será que eles realmente esqueceram que não são os campeões de XCC?
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Mais de 1.000 ciclistas vão disputar o L'Étape em Cunha neste final de semana
No domingo, 7 de abril, mais de 1.000 ciclistas disputam primeira etapa do L'Étape Brasil by Tour de France 2024. O L'Étape Brasil by Tour de France fez o tradicional briefing técnico para os mais de 1.000 atletas amadores que disputam a etapa de Cunha (SP) neste domingo (7). Na estreia dos eventos de 2024, os participantes terão as distâncias de 110 km e 2.870 metros de altimetria acumulada e 59 km com 1.300 metros de altimetria acumulada. Considerada uma das provas mais difíceis do calendário de ciclismo de estrada do país, o L'Étape Cunha é caracterizado pelas subidas e curvas no interior de São Paulo, bem como o calor esperado para o fim de semana. Especialistas como o diretor Fernando Cheles e a treinadora Gisele Gasparotto destrincharam todos os detalhes dos dois percursos. A apresentação foi de Leandro Pricoli. Assista ao briefing técnico completo. Os participantes vão encontrar ruas e estradas 100% fechadas, bem como vários pontos de hidratação e alimentação espalhados na pista. Serão cinco pelotões ao total, com a largada da prova principal às 7h. O percurso curto parte às 8h. ''Nossa ideia é gerar uma experiência que os atletas profissionais do Tour de France têm! A ideia é vivenciar um mapa de percurso, os pontos, o planejamento...não é só subir na bike e sair pedalando. A chegada também é um momento especial na subidinha da frente da igreja com tanta gente te aplaudindo, é a cereja do bolo'', contou Fernando Cheles. ''O ciclismo é uma modalidade que exige muito e qualquer erro pode custar caro. Por isso é preciso estudar e treinar. Nosso objetivo é que os atletas evoluam e por isso, a cada ano, investimos em passar conhecimento aos participantes. A cidade de Cunha (SP) não tem grandes montanhas propriamente ditas, mas os pequenos morros dificultam os atletas amadores, que terão 2.870 metros de altimetria acumulada. A maior subida será da Serra do Mar nos primeiros 25 quilômetros. Os atletas vão até a divisa com o estado do Rio de Janeiro. Os 60 quilômetros finais serão um verdadeiro sobe e desce. O calor pode ser um fator preponderante para um bom resultado em ambos os percursos. A treinadora Gisele Gasparotto sugere aos atletas entender todos os detalhes do mapa e saber dosar a velocidade em pontos estratégicos. ''A etapa de Cunha é desafiadora pelas subidas duras. É importante estudar a altimetria dos percursos e testar antes no próprio local as subidas. É interessante reconhecer a pista antes. Sou fã do L'Étape de todas as edições'', disse a professora de ciclismo e fundadora da Lulu Five. E mais uma vez, o L'Étape Brasil premiará os melhores escaladores no Desafio Rei e Rainha da Montanha. O trecho escolhido será no sentido Campos Novos, entre os quilômetros 70 e 74. Em 2023, venceram o Desafio Rei e Rainha da Montanha em Cunha, respectivamente, Bruno Martins Lemes, com o tempo de 10min56s881 e Juliana Missen Cipriano, com 15min42s314. ''O primeiro trecho de subida em Cunha não é tão inclinado, mesmo que seja muito longo. Os atletas estão com o tanque cheio e passam melhor por lá. Mas a estratégia melhor seria dosar, porque se der tudo no início pode comprometer o resto da prova'', completou Gisele Gasparotto. Baixe o Guia Oficial com mapas, time table, GPX e o regulamento da prova em https://arquivos.letapebrasil.com.br Em 2023, o campeão geral masculino dos 110 km foi Guilherme do Couto, que completou a prova em 3h26min39s. Na prova feminina, Maíra Catenacci foi a grande vencedora, com a marca de 4h08min20. A partir de 2023, a competição de ciclismo de estrada passou a contar com três provas em seu calendário. Além de Cunha, o L'Étape Brasil continua na cidade paulista de Campos do Jordão, no final de setembro e no Rio de Janeiro no último fim de semana do mês de junho. Nesta temporada, os atletas participantes poderão contar com toda a estrutura que a organização oferece, no mesmo estilo das grandes provas europeias, bem como a segurança do primeiro ao último quilômetro, além do Village. Serviço: Endereço Village: Parque Lavapés s/n - Cunha (SP) - CEP 12530-000 Horários de funcionamento: Sexta-feira, 5 de Abril: das 12h às 20h (entrega de kit) Sábado, 6 de Abril: das 9h às 20h (entrega de kit) Domingo, 7 de Abril: das 7h às 16h30 O número para avisar o centro de operações em caso de acidentes ou ocorrências é o +55 (11) 96310-447
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Van der Poel sobre o Tour de Flanders: "Foi uma das corridas mais difíceis que ja fiz"
Mathieu Van der Poel venceu o Tour de Flanders de 2024 em um ataque solo de 45 km e se tornou o sétimo atleta a conquistar três títulos da prova Mathieu van der Poel (Alpecin-Deceuninck) conquistou uma vitória recorde no Tour de Flandres no domingo, juntando-se a um clube exclusivo de atletas que venceram a corrida três vezes.O campeão mundial lançou seu ataque vitorioso no Koppenberg, a décima segunda das 17 subidas de Hellingen encharcadas pela chuva, faltando 45 km para o final. Lá, enquanto seus competidores desclipavam e escalavam a pé a inclinação de 20%, o holandês navegava livre.Ele então solou sobre o Oude Kwaremont e o Paterberg, até a linha de chegada em Oudenaarde, colocando uma vantagem de mais de um minuto. Apenas sete homens na história venceram três vezes o Tour de Flandres, entre eles Tom Boonen, Fabian Cancellara e Johan Museeuw. A vitória de Van der Poel veio na ausência de seu rival de longa data, Wout van Aert (Visma-Lease a Bike), que sofreu “várias fraturas” em um acidente em Doors Dwars Vlaanderen na quarta-feira e abandonou o Monumento. “Eu estava escorregando e deslizando até o topo”, disse Van der Poel após a corrida. Crucialmente, porém, ele permaneceu sentado na bike. Apenas um punhado de pilotos o fez. Foi uma demonstração de habilidade no manejo, característica do seis vezes campeão mundial de ciclocross, que o preparou para a vitória solo e para os livros de história. “Minha temporada já é um sucesso agora”, ele sorriu. “Vencer o Tour de Flandres com a camisa de campeão mundial é um sonho que se tornou realidade. Só preciso de alguns momentos para absorver isso.”À medida que sua vantagem aumentava na corrida, passando de sete segundos para mais de um minuto, o mesmo acontecia com a chuva que caiu em Flandres, submetendo o campeão mundial a um teste da mais dura resistência, que pedia tanto força mental quanto física.“Fiquei completamente vazio nos últimos 10 km até a linha de chegada”, disse o piloto da Alpecin-Deceuninck. “Eu simplesmente fechei os olhos e tentei chegar lá o mais rápido possível.” Quando finalmente chegou lá, teve tempo de saborear o momento. Depois de pedalar por mais de seis horas seguidas, Van der Poel ergueu a bicicleta acima da cabeça logo após cruzar a linha de chegada.A falta de ar na entrevista do vencedor foi reveladora. “É uma das corridas mais difíceis que já fiz”, disse o campeão mundial. Será que ele conseguirá repetir o feito na Paris-Roubaix dentro de uma semana? “Ainda não consigo pensar em Roubaix”, ele olhou para o entrevistador. Em um tom honesto, ele acrescentou: “Estou muito, muito fodido no momento”.
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Matteo Jorgenson vence a Dwars door Vlaanderen, Wout Van Aert se quebra inteiro
Um dia que trouxe boas e más notícias para a Visma. Matteo Jorgenson conquistou sua primeira vitória em uma clássica de paralelepípedos na Dwars Door Vlaanderen, após um forte ataque tardio no último setor de paralelepípedos. O americano salvou o dia para sua equipe Visma-Lease depois que Wout van Aert foi forçado a abandonar a corrida após um grande acidente que também derrubou Jasper Stuyven, da Lidl-Trek.Jorgenson lançou um ataque a partir dos restos de uma fuga tardia - que também continha Josh Tarling (Granadeiros Ineos), Tiesj Benoot da Visma-Lease a Bike e Stefan Küng do Groupama FDJ - no setor final que o resto do grupo líder não conseguiu responder . Depois de vencer a Paris-Nice em 2024, Jorgenson disse após a corrida que somar outra vitória foi “simplesmente surreal”.“É realmente inacreditável”, disse ele. "Toda esta temporada tem sido um sonho até agora." Para quem só quer ver o acidente, ele acontece aos 1:46 do vídeo. Wout van Aert foi excluído do Tour de Flandres e Paris-Roubaix depois de quebrar vários ossos em um forte acidente.A Visma-Lease confirmou em comunicado após a corrida que Van Aert sofreu múltiplas fraturas no incidente e ficaria afastado por algum tempo.“Infelizmente, Wout van Aert sofreu várias fraturas no acidente hoje”, dizia o comunicado. “Uma clavícula quebrada e várias costelas quebradas foram diagnosticadas no hospital. Não está claro quanto tempo levará sua recuperação. "Van Aert definitivamente estará ausente do Tour de Flandres, Paris-Roubaix e da Amstel Gold Race." O belga almejava a vitória nos dois Monumentos e adaptou grande parte da sua temporada até agora para esse objetivo principal.Jorgenson disse à mídia após a corrida que viu todo o incidente e soube imediatamente que era grave.“Foi pouco antes do Kanarieberg”, disse Jorgenson. “Foi obviamente um momento decisivo na corrida, mas foi apenas um incidente de corrida. Tínhamos dois pelotões, Trek e nós, e basicamente viemos juntos, Wout e Alex Kirsch, eu acho, vieram juntos e foi uma queda muito feia."
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Mads Pedersen vence Van der Poel em sprint na Gent-Wevelgem
O ex-campeão mundial Mads Pedersen (Lidl-Trek) superou o atual camisa de arco-íris, Mathieu van der Poel (Alpecin-Deceuninck), para conquistar sua segunda vitória da carreira naGent-Wevelgem no domingo.Os dois saíram juntos na subida final, faltando 35 km para o acabar a prova, garantindo um sprint épico na chegada. Pedersen lançou seu ataque primeiro e, mesmo com Van der Poel saindo lançado de sua roda, Pedersen foi o campeão.A vitória marcou a sétima vitória do dinamarquês este ano, num início de temporada estrondoso. “Tive que acreditar que meu sprint era bom o suficiente para vencer Mathieu”, disse Pedersen em Wevelgem. “Com a forma que ele tem mostrado ultimamente, era difícil de acreditar, mas tive que tentar o sprint e nada mais. Pedersen liderou o ataque na subida final do Kemmelberg, o totem de escalada de Gent-Wevelgem, rebocando o campeão mundial com ele. “Ou seria eu ou Mathieu pressionando lá”, disse ele. "Se eu pudesse controlar o ritmo e não ultrapassar o limite, seria mais benéfico para mim do que deixá-lo fazer isso e talvez me colocar acima do limite."A dupla então trocou de direção até a linha de chegada, mantendo longe o pelotão, que reduziu a vantagem de mais de um minuto para apenas 16 segundos no final. Segue abaixo o resumo da prova e sua chegada eletrizante:
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Resumo da vitória de Jasper Philipsen na Milán-San Remo
Com quase 300 kms de prova, a vitória foi disputada em um sprint que, até o último segundo parecia imprevisível. Se o final da Milan-San Remo costuma ser um dos mais emocionantes de cada temporada, esta edição de 2024 foi de cortar o coração. O duelo Van der Poel contra Pogacar e um final de alta tensão em que até Tom Pidcock quis entrar na festa. Quase 300 quilómetros que se condensam em poucos quilómetros e só isso explicam porque Milão-San Remo é um dos 5 Monumentos. Apesar de ser o favorito para o dia, as declarações anteriores à corrida condicionaram a sua táctica. Tadej Pogacar mais uma vez cumpriu o roteiro na perfeição mas, mais uma vez, fica novamente, não só com mel nos lábios mas sem a opção de lutar pela vitória, embora este ano tenha continuado a progredir e alcançado, um lugar no pódio. Primeiro foi Tom Pidcock que conseguiu unir-se à dupla líder e, quase nas ruas de San Remo, Mads Pedersen e Matej Mohoric o fizeram, liderando um grande grupo de ciclistas atrás deles. Saindo novamente para a estrada litorânea, Mohoric pregou sua peça com um duro ataque pelas costas que, em qualquer outra edição, certamente teria saído vitorioso. Porém, o esloveno não contou com Mathieu van der Poel que se lançou para diminuir a diferença sem qualquer dúvida, comprometendo mesmo praticamente todas as suas hipóteses de vitória. Vale a pena assistir o resumo da prova e como sucederam os ataques da chegada: Clasificação Milán-San Remo 2024 Jasper Philipsen (Alpecin-Deceuninck) 6h15’45’’ Michael matthews (Jayco-AlUla) m.t. Tadej Pogacar (UAE Team Emirates) m.t. Mads Pedersen (Lidl-Trek) m.t. Alberto Bettiol (EF Education-EasyPost) m.t. Matej Mohoric (Bahrain-Victorious) m.t. Maxim Van Gils (Lotto-Dstny) m.t. Jasper Sstuyven (Lidl-Trek) m.t. Julian Alaphilippe (Soudal-QuickStep) mt Mathieu van der Poel (Alpecin-Deceuninck) mt
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Entenda o novo Flight Attendant SID lançado pela Rock Shox
As novas suspensões eletrônicas e amortecedores RockShox Flight Attendant SID dispensam cabos ou controles remotos, portanto uma de suas qualidades que se destaca é a facilidade de montagem e configuração. Os atletas patrocinados pela RockShox usam as novas suspensões Flight Attendant há meses, o que tem sido um bom campo de testes para a marca.Por exemplo, na última Copa do Mundo em Lenzerheide, o 10 vezes campeão mundial Nino Schurter conseguiu estabelecer um novo recorde de vitórias nesta competição diante de seus torcedores. Nesse circuito ele usou as novas suspensões e seus dados foram surpreendentes. A suspensão fez 1.325 alterações nos pouco menos de 90 minutos que durou a corrida. Algo impensável se tivessem que ser feitos manualmente. O Flight Attendant está no catálogo RockShox há cerca de 3 anos, mas esta nova versão está otimizada com um novo algoritmo que, além de levar em conta o terreno, se adapta às condições e preparo físico do ciclista .Tudo começa com o AXS (o sistema sem fio da SRAM e RockShox), que coleta uma enorme quantidade de dados a cada fração de segundo. O Flight Attendant analisa essas informações e ajusta a configuração de suspensão ideal para cada momento. É composto pelo amortecedor e garfo com cartucho Flight Attendant mais um sensor na área do movimento central que pode ser combinado com o medidor de potência próprio da SRAM. Tudo isso, apenas com o restante dos componentes AXS montados, intercomunicam-se sem fio para escolher a configuração ideal várias vezes a cada segundo. O amortecedor e garfo Flight Attendant apresentam três posições de compressão, que passam automaticamente de um travamento firme (Lock) para uma posição de pedalada eficiente (Pedal) ou uma configuração aberta (Open) para absorver grandes saltos ou impactos. A mudança entre uma posição e outra é realizada de forma fluida e natural sem interferir nas sensações de pedalada do ciclista. A marca afirma que a grande novidade é o sistema conhecer a pedalada do piloto. O sistema possui modo Bias Adjust para permitir que o piloto ajuste o comportamento do sistema no modo automático, podendo migrar para uma posição aberta ou travada, dependendo do seu estilo de pilotagem e terreno. Este novo recurso coleta dados de suas sessões anteriores para calcular com precisão suas zonas de intensidade e o algoritmo é atualizado automaticamente com base no seu nível de condicionamento físico. Isso é combinado com os dados do terreno e sua escolha de Bias e o sistema faz a melhor escolha em cada situação. Você poderia dizer que é capaz de ler sua mente e antecipar: Quando a intensidade atinge a zona de Sprint, o Adaptive Ride Dynamics incentiva o sistema a travar as suspensões.Ao detectar que sua zona de Alta Intensidade foi atingida, o Adaptive Ride Dynamics tende a tornar as suspensões mais eficientes (mais firmes)Assim que detecta que sua intensidade cai para a zona Média, o Adaptive Ride Dynamics tende a equilibrar conforto e eficiência.Na sua zona de baixa intensidade, quando você anda relaxado, o Adaptive Ride Dynamics se inclina para o conforto e a sensibilidade.
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Primeiro brasileiro a vencer o Red Bull Cerro Abajo apresenta relato de sua carreira
A carreira de Lucas Borba foi apresentada em um curto e emocionante filme, produzido pelo biker Nataniel Giacomozzi. Para quem não sabe, a Red Bull Cerro Abajo tem a sua etapa mais importante em Valparaíso, no Chile, que é considerada como a prova de Downhill Urbano mais importante do mundo. Lucas Borba foi o primeiro e único brasileiro a vencer a prova e nos presenteou com um relato inspirador que fala por si só. A produção é de Nataniel Giacomozzi, que também aparece nos relatos da carreira do atleta. Parabéns Lucas e Nata!
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Fita de aro – o suspeito número último pode ser o culpado
Pneus furados ou esvaziando sempre nos levam a culpar os suspeitos mais comuns: Pneus, câmaras, bicos e selante. Mas nem sempre eles são os responsáveis pelo vazamento de ar. A fita de aro é uma importante peça que vai entre a câmara de ar e o aro e pode nos jogar no buraco quando a deixamos de lado. No caso dos tubeless, apesar de diferente aplicação, as consequências também podem ser desastrosas. Precisamos entender que este importante componente também possui uma vida útil e que ele pode sofrer avarias mesmo estando escondido ali dentro do pneu. Nos esquecemos que uma fita de aro velha, mal instalada ou movimentada vai ser um festival de câmaras de ar furadas. As fitas do sistema tubeless possuem função ainda mais importante, de vedação e impermeabilização. Acontece que essa conversa é para ambos os times - usuários de tubeless e de câmara - pois, caso ocorra algum furo no sistema tubeless (que é normal), você imediatamente se transforma em um usuário de câmara de ar pra conseguir chegar em casa. E você precisa estar pronto para isso. O ponto é que, se a sua fita de aro estiver velha, dobrada, sobrando pontas ou ressecada, você vai ter pneus furados ou esvaziando - seja você um usuário de tubeless ou de câmara de ar. E é muito comum que a gente coloque a culpa no pneu, câmara ou bicos. Nos esquecemos de investigar a fita de aro, que fica ali bem escondida. Quando as fitas ficam velhas é comum que aumentem ou diminuam de tamanho, a depender da sua marca, modelo e material utilizado. Essa mudança de tamanho pode criar abas laterais que vão criando arestas nocivas para a sua câmara de ar. No caso do sistema tubeless, fica ainda mais fácil de entender que a cola se solta, abrindo espaço para o vazamento de ar. Faz parte de uma revisão geral abrir o pneu a cada 3 meses (puristas recomendam a cada 01 mês) para avaliar a quantidade de líquido presente. É comum que os mecânicos se esqueçam de averiguar nesse momento, como anda a saúde da fita de aro. É comum tambem que fitas de aro venham com instalação inadequada de fábrica, assim como é possível que elas se movimentem nas primeiras semanas de uso ou ao longo de remoções do pneu. Essas possibilidades só aumentam a necessidade que temos de conferir como está essa peça e, eventualmente, realizar a troca.
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Tadej Pogacar: "Eu não sei" - sobre vitória e ataque solo de 80 km na Strade Bianchi
O esloveno aniquilou a prova e seus adversários, com um ataque brutal quando ainda faltavam 80 kms para a chegada, que o pelotão não conseguiu alcançar. A Strade Bianchi teve 215 kms e Tadej Pogacar atacou quando ainda faltavam 80 kms para o fim, cruzando a linha de chegada com uma vantagem de 2 min 44 seg para o segundo colocado. Tadej Pogačar alcançou a vitória na Strade Bianche no sábado, apesar de atacar a mais de 81 km do fim para conquistar a vitória por quase três minutos.O piloto da UAE correu pela primeira vez nesta temporada, mas não mostrou sinais de ferrugem nas estradas da Toscana, ao atacar faltando mais de duas horas de ação, conquistando sua segunda vitória em Siena.Atrás, não havia sinal de perseguição organizada, apesar do tempo restante de corrida, já que a diferença simplesmente aumentou. Maxim Van Gils (Lotto Dsnty) e Toms Skujiņš (Lidl-Trek) tornaram-se a dupla que correu para o segundo lugar, escapando do grupo perseguidor, mas nem perto de Pogačar. Skujiņš atacou na subida de Siena para ficar em segundo, à frente de Van Gils. O esloveno venceu Strade na última vez que correu, em 2022, após um ataque a mais de 50 km de distância. Desta vez, ele foi ainda mais longe, saindo da frente com 81 km ainda a percorrer. Não foi nem explosivo, mas uma fuga sutil, que não pôde ser interrompida. Antes da corrida, ele disse que iria atacar no Monte Sante Marie, mas parecia ser uma piada. Mas, foi exatamente isso que ele fez. “Não sei por quê”, disse ele quando questionado sobre o ataque naquele local.“A corrida foi muito rápida desde o início e já era bastante seletiva muito cedo”, continuou ele. “Acho que ninguém esperava isso. Depois chegamos ao Monte Sante Marie e houve uma tempestade de granizo e condições muito difíceis. View this post on Instagram A post shared by Velo (@velovelovelo_) “Não havia mais recursos no grupo com 25 pilotos e minha equipe dificultou muito e houve um momento em que não dava para ver nada, estava muito lamacento, e decidi partir para o ataque ali. ia demorar muito, mas quando tive uma lacuna eu sabia que tinha que ir até o fim.""No começo eu estava me sentindo bem, muito bem, e a equipe fez um excelente trabalho, mas percebi que seria difícil até o fim", disse ele. “Quando estava chovendo muito eu me senti bem e decidi seguir carreira solo.”“É uma pena que contra o Tadej não haja muito que se possa fazer”, disse Toms Skujiņš, que terminou em segundo, após uma das atuações da sua carreira.Tom Pidcock disse praticamente o mesmo, numa entrevista reveladora na televisão.“Mesmo antes de Tadej atacar já estava a todo vapor, quando ele atacou parecia que estávamos no grupetto”, disse o vencedor de 2023, que terminou em quarto lugar este ano, mas três minutos atrás de Pogačar. "Havia apenas cadáveres por toda parte e eu esperei muito, foi um pouco tarde demais. Se eu tivesse jogado um pouco melhor, poderia ter ficado em segundo, então não tenho palavras para isso." “Quando Tadej foi, pensei que não havia sentido em ir, porque ainda faltavam 80 km e eu não queria entrar no vermelho, as pessoas estavam saindo como se fosse o circuito antigo", continuou ele.“Se a corrida foi aumentada em 30 km extras e está plana, tudo bem, mas quando você adiciona mais 30 km do mesmo tipo de corrida, você não está mais correndo, parece mais desgastante.”
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Visma abre a temporada de clássicas vencendo a Omloop com Marianne Vos e Jan Tratnik
A primeira grande clássica da temporada 2024 foi vencida pela equipe Visma, tanto no masculino quanto no feminino. A temporada de clássicas do ciclismo de estrada - propriamente dita - começou com a Omloop Het Nieuwsblad e Jan Tratnik conquistou a vitória na corrida masculina depois que sua equipe parecia ter jogado tudo pro alto. A vitória de Tratnik salvou o dia para a Visma-Lease: por um tempo, eles tiveram três pilotos em um grupo de seis - que não incluía Tratnik - mas depois permitiram que o pelotão voltasse e parecia que não fariam mais nada. Do jeito que estava, a superequipe ainda conseguiu o primeiro, terceiro e quinto lugar, mas houve alguns quilômetros nervosos em que parecia que eles poderiam sair sem nada. O revezamento de Jan Tratnik e Nils Politt foi tenso e parecia que seriam engolidos pelo pelotão: No feminino, Marianne Vos venceu no sprint contra a atual campeã mundial Lotte Kopecky (SD Worx-Protime), Elisa Longo Borghini (Lidl-Trek) e Shirin van Anrooij (Lidl-Trek).
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Patente da Sram apresenta painéis solares elétricos nos paralamas e suporte de caramanhola
Tudo indica que os paineis de energia solar têm o intuito de carregar a bateria do sistema AXS. As patentes são apenas projectos que poderão nunca aparecer no mercado, por isso tirar conclusões hoje é, na verdade, ser precipitado.No entanto, as ideias também podem materializar-se e são uma excelente forma de observar o que se passa na cabeça dos principais fabricantes do setor que, tal como a SRAM, mantêm o pulso ao domínio do mercado. Colocar um sistema de recarga solar para as baterias de uma bike podem ser uma solução para diversos equipamentos que levamos hoje: câmbio, canote retrátil, ciclocomputador, lanternas e faróis e até o celular do ciclista. Apesar de fazer sentido querer manter a energia de cada um desses devices, nos parece sensato dizer que o principal delas é para resolver a autonomia do câmbio eletrônico. Deixar as "porteiras abertas" para essa tecnologia continuar crescendo, sem nenhum empecilho do tipo "falta de autonomia" parece ser o principal objetivo dessa patente. Apesar de o projeto estar apresentado em uma MTB, faz sentido dizer que a patente visa atender os praticantes de longa distância e do gravel. A ideia é montar painéis solares nos para-lamas – tanto dianteiros como traseiros – e nos porta-garrafas e aproveitar essa energia, de forma a eliminar a temida possibilidade de ficar sem componentes eletrónicos a meio do percurso. A invenção – registrada como patente sob o nome US 11894716 B2 – permitiria a geração de energia sem que o ciclista tivesse que se envolver no processo. Na verdade, bastaria que a luz chegasse aos painéis, para que pudesse funcionar mesmo sem a bike estar em movimento - como apresentam algumas possibilidades de dínamos de cubo.A SRAM divide o sistema em três componentes: uma plataforma composta por um conjunto de células solares, um capacitor e uma unidade de carregamento de bateria. A capacidade do sistema de transmitir energia para uma bateria varia entre 6 e 8,4 volts. Nas melhores condições, pode levar cerca de duas horas para carregar uma bateria AXS de 2,2Wh. É dificil avaliar hoje se todo o sistema será mais leve ou mais pesado do que uma bateria extra, ou mesmo um powebank maior, que seja mais fácil de deixar em casa nos dias que você não precisar de tanta autonomia.
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O desafio de montar um bom calendário anual
Uma das tarefas mais complexas que um atleta e seu time de profissionais enfrentam ano a ano é a de definir o planejamento de provas anual. Já é conhecido que treinar e competir é a parte mais “mecânica e matemática” da vida de quem se aventura no esporte, enquanto outros assuntos mais subjetivos aparecem para quebrar a cabeça dos prós. É o famoso: “não existe receita de bolo”. É claro que nenhum tema no mundo do esporte é 100% matemático. Seja nutrição, bike fit, estímulos em treinos e as análises diversas devem adotar bastante flexibilidade para adaptar-se a cada atleta e suas particularidades, mas existe um tema em específico que me parece ser o mais particular e que demanda a maior personalização de atleta para atleta: a montagem do calendário anual de provas. Esse é o tema mais polêmico, pessoal e que envolve mais variáveis – desde performance, objetivos, até distância de onde o atleta mora para as suas competições foco – para chegar ao resultado final de um calendário satisfatório. Acontece que para cada prova foco, deve-se pensar principalmente na performance que o atleta pretende chegar lá. Vez ou outra o Henrique Avancini repete a história de um grande erro que ele cometeu em sua carreira, quando chegou no Cape Epic (acho que de 2018) com uma performance excessivamente alta. Ele conta que foi um erro estratégico estar em um pico de performance tão alto em uma prova que é competida em dupla. Ele traçou aquela prova como seu maior objetivo do ano e achou que por este motivo deveria colocar o maior pico de performance ali. Parece correto, mas ele mesmo identificou como um erro. Atletas de uma mesma equipe possuem calendários totalmente diferentes, seja uma dupla de ultramaratona ou um time World Tour, que coloca uma grande volta de 21 dias como foco da temporada. Com o sucesso de Vingegaard, muito tem se discutido sobre o planejamento necessário para se vencer um Tour de France. O Pogacar venceu boas clássicas ao longo do ano e mostrou ser o melhor – até topar com o Peixe, que só colocou um objetivo real no ano: os 21 dias na França. A profissão do cara é vencer o Tour. Ele tira do calendário qualquer outra competição importante do ano, só pra chegar na França com força total. É claro que na montagem desse calendário de um foco só eles colocam sim algumas corridas, mas elas não possuem foco, servem “apenas” como um treinão forte e simulado. O pico de performance vai todo para o foco real do atleta. Nunca existiu um atleta que venceu as três grandes voltas em um mesmo ano, ou, me corrijam se eu estiver errado, todas as Clássicas em uma mesma temporada. Um pico de performance não pode durar tanto tempo assim, o que faz com que um atleta precise escolher um ou outro. Prioridade é uma palavra que não existe no plural – escutei de um professor. O Pidcock falou por aí nesse início de temporada que pretende lutar pela camisa amarela no Tour, o que pareceu um pouco exagerado. Não que ele não tenha capacidade de fazer, mas pelo fato de ele estar em pleno janeiro dando cabeçada em provas de cyclocross. Parece “multifocal” demais. Em outras palavras, parece não estar dando o foco necessário para o assunto. Coincidências a parte, ele adoeceu essa semana e abortou duas etapas de CX. Um outro desafio que existe na hora de montar esse calendário de provas é definir o nível de performance que o atleta vai chegar lá. É que, considerando uma corrida de 21 dias, esse nível de performance naturalmente vai mudar ao longo das etapas. Um treinador pode escolher colocar o atleta para largar no primeiro dia do Tour com a performance um pouco (bem pouco, acredito) abaixo de seu pico de performance, partindo do princípio de que na segunda semana ele estará em pico máximo, para sustentar até o fim. É uma decisão que procura evitar que o atleta perca performance na terceira semana da prova, por não conseguir, fisiologicamente, segurar o pico de performance por tantos dias. Uma vez escutei que os atletas de natação tinham um método bem diferente para distribuir os dias de pico de performance em cada uma das competições. Não me recordo ao certo, mas parece que alguns treinadores trouxeram a técnica para o mundo da bike. Uma mudança na curva do gráfico de performance, deixando o atleta menos tempo em algumas fases de treino (e consequentemente mais tempo em outras) parecia ser revolucionária. Não me perguntem se funcionou. Não trago aqui resultados científicos, até podemos entrevistar um treinador futuramente. Meu ponto é alertar para a importância deste tema e o quão variável e polêmico ele pode ser. O quanto você pode estragar uma ou várias competições do seu ano, simplesmente por que inseriu algumas competições a mais do que deveria. O ano começou e quem ainda não tem um calendário já está atrasado. Comece agora a pesquisar as suas provas favoritas e traçar a prioridade que mais te chama atenção. Bons rabiscos de calendário para você!
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Freio a disco: 8 motivos que comprovam que são melhores
Com certeza você já sabe que os discos de freio são melhores que os antigos freios de aro e entende que essa discussão já está enterrada. Eu também entendo assim. Meu ponto aqui não é convencer ninguém a migrar para o disco – até por quê a maioria já aderiu a essa tecnologia, tanto nas roads quanto nas MTB. O que eu quero aqui é levantar alguns pontos técnicos que talvez a gente ainda não tenha tomado consciência. Muita gente só tem na cabeça algo como “Basta testar que você vê que é bem melhor”, que é verdade, mas não carrega nenhum embasamento técnico. Outros dizem apenas “O freio a disco é muito mais potente”, o que eu acho que não é bem por aí. Vamos enumerar os 8 pontos positivos do freio à disco: 1 – Peso em giro Sim, o sistema de freio a disco é mais pesado e isso é um ponto negativo, mas ele concentra o peso em locais diferentes do freio de aro. Tirar a pista de frenagem da roda nos permitiu várias coisas, entre elas, ter um aro mais leve. Um aro mais leve significa menos peso em giro, o que depende de algumas contas matemáticas para saber se no frigir dos ovos teremos benefícios ou perda em determinados momentos como arrancadas ou sprints, que exigem tirar o conjunto da inércia para alguma aceleração em específico. Muitos defendem que sim, a bike fica mais ágil nesses momentos, e não só nas descidas como a maioria insiste. 2 – Upgrades de rodas, pneus, tubeless e eixo Como falamos, retirar a pista de frenagem dos aros permitiu muitas coisas. Podemos agora utilizar aros mais largos, logo pneus mais largos, assim como mais clearance nos quadros. Consequentemente, isso nos leva à facilitação do uso de tubeless, bem como menor calibragem nos pneus e até a utilização de eixo passante nos cubos. A discussão de como esses upgrades afetam positiva ou negativamente a performance de uma bicicleta – sobretudo as de estrada – ainda é polêmica e gera uma discussão maior do que a pretendo ter aqui. Fato é que, temos a possibilidade de usar todos esses upgrades graças aos freios a disco – e a maioria dos atletas realmente aderiu à elas tambem. 3 – Aerodinâmica Os freios a disco apresentam melhor fluidez ao cortar o ar por que permitem que exista o cabeamento interno, passando a mangueira hidráulica por dentro do guidão, caixa de direção e saindo na metade do garfo dianteiro. No caso dos freios de aro, a ferradura está posicionada no topo da roda, tendo como única solução um cabo que sai do STI e passa por fora da caixa de direção até chegar no seu destino final da ferradura. Esse cabo toma vento na cara o tempo inteiro. Ele tem alta influência na aerodinâmica principalmente por estar posicionado na parte mais frontal da bicicleta e pegar o primeiríssimo contato com o vento. 4 – Redução de Sujeira Esse é um ponto bem importante. Quando chove ou tem muita sujeira, afeta-se bastante a performance e vida útil dos componentes de um freio, qualquer que seja. No caso dos antigos freios de aro, a pista de frenagem está sempre bem próxima do solo, pegando muitos detritos e levando-os até o contato com a sapata de freio. No caso do disco, todo o sistema está posicionado mais alto, com maior distância das sujidades do solo. Por ser um sistema menor, reduz a área de contato com as nojeiras e melecas que aparecem seu caminho. Freio mais limpo, ponto pro disco. 5 – Força nos braços O sistema hidráulico dos discos de freio permite um acionamento que exige menos força da mão do piloto, o que economiza bastante energia em uma competição. Basta lembrar como são os carros que possuem direção hidráulica e como são os que não possuem, certo? Cada baliza é uma academia para o piloto. E não, não é viável colocar um sistema hidráulico em um freio de ferradura. Na década de 90 rolaram alguns modelos assim, mas foi um desastre de ferraduras e aros quebrados por não suportarem a força do sistema hidráulico. Em tempo: um freio a disco mecânico (movido a cabos) é muito inferior ao hidráulico, perdendo não só a característica de possuir o acionamento mais leve, como principalmente de perder a sua modulação, item que iremos explicar a seguir. 6 – Potência: A velha frase “potência não é nada sem controle” se encaixa bem aqui. Sim, o disco é mais potente, mas isso não faz tanta diferença. Um freio exageradamente potente não garante que a frenagem seja mais rápida, precisa ou segura, uma vez que dependemos do atrito dos pneus com o solo para frear de fato uma bicicleta. Um teste feito em carros mostrou que pouco adiantou instalar um freio ultra potente de uma Ferrari em um carro popular, uma vez que tal potência dos freios não foi transferida para os modestos pneus de um Palio ou Uno, que começaram a derrapar quando utilizaram uma pequena fração da potência do freio da Ferrari. É por isso que aumentar a potência dos freios com o disco de freio casa perfeitamente com utilizar um pneu mais largo, que vai conseguir segurar a onda de toda a potência que o sistema de freios possui. Na verdade, toda a potência é um grande exagero, mas ja temos uma relação melhor. Potência versus controle nos leva ao próximo tópico: 7 – Modulação No freio de aro fica difícil frear “um pouquinho mais” ou “um pouquinho menos”. É meio que “tudo ou nada”. Isso significa que ele não tem boa modulação. Quem aí já experimentou frear um carro com o pé esquerdo? Você coloca o pé bem devagarinho e ele freia muito pouco. Aí você coloca um pouco mais de força e ele freia tudo de uma vez, assustando todos dentro do carro. Isso é normal, pois sem o devido treino, o nosso pé esquerdo não tem a MODULAÇÃO necessária para aplicar uma força gradual e intermediária no freio. Os freios de aro são como um pé esquerdo, que sempre deixa a modulação sem precisão. Por mais que o piloto tenha as mãos muito bem treinadas é impossível ter a mesma precisão de frenagem que ele teria no freio a disco. E mais um segredo que passa despercebido por muitos: o principal fator para essa modulação não está no fato de o freio ser a disco ou de aro, mas sim por ele ser com acionamento hidráulico ao invés de força de cabos de aço. Resumidamente, os óleos confinados em um sistema fechado (idealmente sem bolhas de ar) não mudam de tamanho durante uma frenagem e reproduzem, em situações ideais, o mesmo movimento das manetes nos pistões de frenagens. Já os antigos cabos de freios, estes sofrem com deformações que apesar de pequenas, fazem total diferença na precisão esperada para um sistema tão importante. Podemos dizer que o disco é responsável pela potência, enquanto o sistema hidráulico é responsável pelo controle. É a combinação perfeita. E fica o questionamento: alguém consegue imaginar qual é a próxima evolução dos sistemas de freio?
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Big Three: de onde vieram e pra onde vão?
Hoje me deparei com uma conversa de buteco interessante. Depois do resultado de domingo no cyclocross de Namur, alguns aficionados começaram (de novo) a falar sobre o polêmico Big Three – Van der Poel, Van Aert e Tom Pidcock – bem como as suas ambições, características e particularidades. Alguém soltou algo mais ou menos assim: No cyclocross esses caras aceleram até a morte nas subidas, correm por poucos segundos no limiar máximo e só respiram quando soltam a banguela nas descidas. Logo veio outro para contradizer: você está errado. O cyclocross não tem banguela. Quando chega nas descidas o cara está se equilibrando em uma corda bamba para não cair da bicicleta, gastando ainda mais energia do que gastou na subida. Achei sensato. As descidas do cyclocross me parecem mais técnicas do que as do MTB e do Road, elas só têm um RISCO menor – é o que me parece. O cara precisa de muita coragem pra fazer os rock gardens do MTB, assim como nas velozes descidas do road, mas o tipo de técnica mais exaustiva e complicada, fácil de perder o equilíbrio, acredito que sejam aquelas piscinas de barro, neve e escadarias do cyclocross. E as trocas de bike? Os bunny-hop? As canaletas de lama e areia? Outra discussão é que esses caras já iniciaram o ano de 2024 em outubro de 2023, e eles estão colocando o motor no vermelho toda semana nessas provas do CX. E quando começar a temporada de road, o que vai ser do tal Big Three? Isso por que alguns ainda vão dar umas pancadas em provas de MTB e esse ano vai ter Olimpíadas, pra deixar o calendário ainda mais complexo. Pidcock espalhou por aí que tem planos de ser GC no Tour de France. Com essa pancadaria toda no início do ano? Mas eles sempre fizeram isso. Geração do hiperfoco e da hiperatividade? Não sei, só sei que é assim. Desde que o mundo é mundo os mortais adoram criticar o planejamento da temporada dos profissionais. Se teve um cara que foi crucificado pelo seu planejamento de provas, foi Henrique Avancini. Mais do que os caras do CX que estão moendo o motor em pleno dezembro/janeiro, o Avança sempre estava competindo Brasil Ride enquanto o Schurter postava foto de férias, esquiando com a família. Todo mundo caía de pau nele. E depois de muitos questionamentos sobre a temporada abarrotada que esses atletas tem, surgiu um comentário sensato: todo campeão foge da regra. É incrível como os caras que tiveram os resultados mais bonitos, tiveram também metodologias totalmente questionáveis – e abriram várias portas para pensarmos de uma maneira diferente do que vínhamos pensando até ali. Dá pra fazer um próximo texto só relembrando as vezes que isso aconteceu. A tal “nova geração da multidisciplinaridade” que faz tudo o ano inteiro, na verdade não são assim tanta gente. São poucos profissionais se arriscando a andar em vários tipos diferentes de bicicletas. E quando eu tive a oportunidade de conversar com o Nino, ele discordou de mim: “Não existe uma geração multidisciplinar. Existem apenas dois atletas, Van der Poel e Tom Pidcock.” Segundo o Nino, nem o Van Aert entra nessa conta. Vale lembrar que o Nino é o atleta menos multidisciplinar de todo o pelotão. Ele é o mais específico de todos. O negócio do cara é XCO, mais nada. XCC ele não gosta. XCM também não, só faz a Cape Epic, mas com certas dificuldades quando a coisa fica longa de verdade. O Avancini contou esses dias em uma coletiva que o Nino sempre dava uma hiperventilada em subidas acima de 5 minutos de duração. E aí? Vale a pena ser um atleta especializado igual o Nino, que nunca arriscou fazer nenhuma prova de road ou CX? Ou é mais legal fazer igual o VDP, competindo de MTB, CX, clássicas, voltas, grandes voltas etc? Será que eles fazem isso por dinheiro ou por que realmente gostam de todas as modalidades? Ou é uma preparação para daqui alguns anos ficar estável em uma única modalidade? Quando alguém levanta a bola do dinheiro, vem mais uma polêmica. O tal grande trio multidisciplinar supostamente ganha uma grana preta só para largar em algumas provas. Se vencerem, o que quase sempre acontece, ainda tiram mais outra bolada. Tem época que eles competem duas provas por semana, só pra acumular esse dinheiro – é o que dizem os boatos da conversa de boteco. É muita falação sobre a vida dos caras, principalmente em um bar cheio de ciclista. É por isso que as vezes eu gosto de chamar esses atletas de rock stars. A vida deles é mais polêmica e misteriosa do que qualquer guitarrista da década de 70. Chegou um garçom e avisou que a cozinha encerra em 15 minutos. Todo mundo parou pra escolher uma pizza e o assunto mudou. Sem nenhuma conclusão, os pitaqueiros largaram a polêmica pra lá. Daqui uns dias tem Mundial de CX, tem Copa do Mundo de MTB no Brasil, tem Olimpíadas e tem as três Grandes Voltas. Fico aguardando pelo próximo boteco News.
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Tom Pidcock vence com classe na Copa do Mundo de Cyclocross em Namur
Mesmo com um furo, o britânico conseguiu conquistar a primeira vitória da temporada de cyclocross. A corrida começou com Khun e Kuypers nas primeiras posições depois de uma grande largada, embora o foco estivesse desde o início em Tom Pidcock, que subiu para a sexta posição em apenas meia volta. A inspiração de Kuypers durou além dos primeiros metros e o belga liderou a corrida por um tempo. Niuwenhuis assumiu a liderança enquanto os corredores enfrentavam o final da primeira volta; momento em que Kuypers teve problemas com a corrente. A liderança foi partilhada por quatro pilotos quando Pidcock se juntou à vanguarda, embora com a chegada de Iserbyt o grupo tenha aumentado para cinco membros. Apesar da boa largada, vários problemas com a bike atrapalharam Pidcock. O britânico abriu mão do tempo e teve que se comprometer com uma corrida baseada na recuperação. Na entrevista, ele afirmou que a sua preparação para a prova de CX foi apenas um treino e uma corrida, logo antes da vitória em Namur, que ele afirmou não ter sido nada fácil. Resultados: Tom Pidcock 59’45” Pim Ronhaar +15″ Joris Nieuwenhuis +33’’ Eli Iserbyt +52’’ Michael Vantohurenhout +1’02” Lars Van der Haar +1’08” Niels Vandeputte +1’30” Toon Vandebosch +1’38’ Witse Meeussen +1’44” Ryan Kamp +1’58’’
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UCI anuncia planos para proibir manetes de freio em posição inclinada
A alegação é de que a frenagem pode ser comprometida No início do ano, entrou em moda no pelotão inclinar de maneira extrema as manetes de freio para dentro do guidão. Assim, alcançando uma posição mais aerodinâmica que cumpriu a nova normativa UCI aprovada neste mesmo ano. A partir de 2024 esta posição também será ilegal. Em janeiro de 2023 entrou em vigor uma nova normativa UCI sobre a largura mínima dos guidões e a posição dos ciclistas sobre a bicicleta. Esta mudança pretende garantir sua segurança em posturas aerodinâmicas extremas, e entre outras alegações, os ciclistas agora devem ter suas mãos sempre em contato com o guidão ou as manetes de freio. Então logo o pelotão se o articulou para desenvolver uma posição mais aero, sem burlar as novas regras que a UCI havia criado. A solução foram as manetes retorcidas para dentro. A UCI tomou nota desta nova tendência e agora adianta que para 2024 será ilegal esta configuração. Ela alegou que a inclinação extrema pode limitar a velocidade de reação e a capacidade de frenagem dos ciclistas, o que supõe um risco na prova. O piloto da UAE Team Emirates, George Bennett, disse que as manetes viradas já causaram incidentes nas corridas. “O que me surpreende é que quando todo mundo freia com força, eles não conseguem usar os freios”, disse Bennett. “Eu acredito [no argumento aerodinâmico], funciona, economiza watts, mas economizar watts é apenas uma coisa. Gosto de usar meus freios.”
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Felt deve ser vendida pela terceira vez em seis anos
A marca americana encontra, mais uma vez, dificuldades no mercado da bike A Felt deve ser vendida pela terceira vez em seis anos devido ao fato de a sua empresa-mãe concentrar-se nos seus outros interesses comerciais, na produção de motocicletas e e-bikes. Olhando para 2024, a Pierer Mobility chamou o novo ano de “ano de consolidação” e disse que procuraria implementar medidas de redução de custos em grande escala no meio de um mercado economico global “difícil” e mais amplo. Com sede na Áustria, a Pierer Mobility possui várias marcas de bicicletas, e-bikes e motocicletas, mas decidiu vender o controle acionário da marca de bicicletas Felt a um consórcio liderado pelo diretor-gerente da KTM Motorcycle, Florian Burguet. A Pierer Mobility também conta com KTM, Husquarvana, MVAugusta e GasGas em seu portfólio de marcas. Além de vender o controle da Felt, a Pierer também pretende vender a marca de bicicletas R Raymon. Burguet deixará o cargo de membro do conselho do grupo de mobilidade Pierer para chefiar a Felt de forma independente. A decisão da Pierer de vender a sua participação nas duas empresas de bicicletas deve-se em grande parte à atual incerteza na indústria do ciclismo em geral. Ambas as marcas continuarão a existir, embora revertam para um modelo de operação mais independente. A expectativa é que a venda da Felt seja concluída no primeiro semestre de 2024. Até recentemente, a Felt fornecia bicicletas para a equipe Human Powered Health Women’s WorldTour e para a ProTeam masculina. A seleção masculina americana será encerrada no final da temporada por falta de financiamento, mas a seleção feminina continua. A equipe WWT usará bicicletas Factor no próximo ano. A Felt Bikes foi fundada em 1991 e inicialmente começou produzindo bicicletas de contra-relógio e triathlon. A empresa acabou se expandindo e foi comprada pelo Grupo Rossignol em 2017, antes de ser vendida à Pierer no final de 2021. Entretanto, a indústria do ciclismo em geral viu várias empresas enfrentarem dificuldades financeiras em 2023. Num dos casos de maior visibilidade, o gigante do retalho online WiggleCRC entrou na administração em Outubro e, pouco depois, fez mais de 100 despedimentos como resultado. No início de novembro, a Giant anunciou que tinha visto uma queda no comércio nos últimos meses, citando “estoques elevados” e “demanda fraca” dos mercados dos EUA e da Europa. A empresa taiwanesa reportou um lucro antes de impostos de NT$ 1,51 bilhão (US$ 47,8 milhões) no terceiro trimestre de 2023, uma queda de 49% em comparação com o mesmo período de 2022. A Giant também revelou que as vendas nos primeiros nove meses de 2023 caíram 12,4% ano a ano.
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Pra quem é obrigatória a off-season?
A “off-season”, ou “pré-temporada”, ou “fase de transição”, é um período leve, descontraído e extremamente importante no ano de um atleta que treinou e competiu ao longo de uma temporada completa. E os amadores que não treinaram direito ao longo do ano, precisam dela? Vamos recapitular: Depois de 11 meses treinando forte e competindo, o corpo e mente do atleta precisam voltar algumas casas para descansar. Em outras palavras, é preciso “perder a performance” para construir tudo de novo. O que os atletas fazem é dar um tempo nos treinos de bike para fazer algumas corridas a pé, natação, academia e qualquer outro esporte que pareça ser legal. Isso descansa o corpo, a mente, ativa outros músculos, fortalece os ossos além de vários outros benefícios. Emendar um ano de treinos no próximo não é saudável e pode nos levar a um quadro de overtraining severo. É como fazem os fisiculturistas após uma competição: você acha que eles têm aquele corpo enorme todos os dias do ano? Claro que não! Assim que eles descem do palco, já mudam totalmente a dieta, engordam (ou emagrecem, não sei ao certo) e eliminam todo aquele estresse do seu corpo. Cinco dias depois eles já estão fisicamente muito diferentes do que estavam no dia da disputa, sem a mínima condição de competirem de novo. É impossível permanecer com aquele corpo por mais do que uma semana. Quem dirá o ano inteiro. Um atleta de ciclismo, seja profissional ou amador, que treinou durante um ano inteiro, vai chegar no seu último dia da temporada com a sua melhor performance do ano – é o que se espera, geralmente. É impossível sustentar aqueles números e forma física por mais do que algumas semanas. É por isso que alguns atletas e treinadores quebram a cara ao tentar estender uma temporada e fazer mais competições no final do ano. Em algum momento o corpo do atleta vai pedir por descanso. Acho que toda essa conversa já é bem conhecida por aqueles que pedalam à alguns anos e já leram alguns artigos sobre treinos e performance. Acontece que, ano após ano, me vejo cometendo alguns equívocos e caindo em enganações da vida de atleta amador. O principal deles é: “Esse foi um ano que treinei pouco, não preciso de uma off-season.” Vamos debater o tema com um exemplo fora do esporte. Me recordo de uma discussão que tive em uma banda, aos 18 anos de idade, em uma das primeiras apresentações ao vivo que iríamos fazer. Naquele dia faltavam diversos equipamentos de som, como retornos decentes e microfonação da bateria. Logo surgiu um integrante que disse: “Nós somos amadores, não precisamos de tantos recursos assim. Isso é coisa pra músico profissional, a gente toca é de qualquer jeito mesmo, sem nada.” A explicação parece bem lógica, mas na verdade é o inverso do que ele falou. Justamente por sermos amadores, não temos a mínima noção de como vamos tocar os instrumentos se não escutarmos com muita clareza o que está saindo das caixas de som. O Paul McCartney talvez, com seu ouvido tão apurado, consiga desvendar o som de um retorno horrível ou de uma bateria sem microfonação. Nós não temos essa habilidade. Nós, amadores, somos quem mais precisa dessa ‘regalia’. Quero dizer que, atletas amadores tendem a pensar que algumas atitudes muito específicas dos profissionais só são importantes para os profissionais, enquanto na verdade, os menos experientes são justamente os que não podem ficar sem aquilo. A off-season é um excelente exemplo de algo que é importante para o atleta profissional, mas muito mais, para o amador. O profissional já aprendeu a lidar com o estresse e o cansaço no dia, ele iria sobreviver a duas temporadas emendadas, apesar de não ser o ideal. Ele tem outras estratégias e macetes para aliviar o acúmulo de treinos. O amador, mesmo com uma temporada bem mais leve que a do profissional, certamente ficaria louco de exaustão se emendasse duas temporadas de treino. E provavelmente, isso aconteceria no silencioso formato de um explosivo overtraining. E se você acha que praticamente não treinou ao longo desse ano e por isso não precisa de uma off-season adequada, deixo a seguinte pergunta: por que você não conseguiu treinar direito esse ano? Algum estresse? Algum sentimento de cansaço/fadiga? Ou sentiu letargia, que apesar de oposta, pode derivar dos mesmos erros? As vezes tudo que faltou no início do ano, não foi aquela determinação para começar os treinos com muito foco, mas sim, uma off-season bem feita, leve e descontraída, antes de começar a moeção do ano corrente. Pode ser que isso teria funcionado melhor do que qualquer frase motivacional no despertador. Os treinos da off-season que intercalam outros esportes com uma carga mais baixa, são o “treino para poder treinar”. São o alívio de um ano corrente. Aliviam não somente o estresse da planilha de treinos massiva que você teve em cima da bike, mas também do escritório. Se você está desde junho/23 tentando engrenar nos treinos mas sempre é parado por uma semana ruim, outra doente, outra de estresses, outra de desculpas esfarrapadas, aproveite os meses de dezembro e janeiro para tirar férias da bike. É ótimo para fugir da chuva, passar as festas com a família, sentir saudades da bicicleta e começar 2024 com uma base – atenção, eu disse base, não moeção total – concisa e bem feita. Boa off-season e “férias” dos pedais a todos!
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AG2R vai usar a Van Rysel, da Decathlon, que deve ser a bicicleta mais barata do WorldTour em 2024
O time francês agora conta com novas empresas e passa a se chamar Decathlon AG2R La Mondiale. Tudo muda na AG2R na próxima temporada, com a equipe se tornando Decathlon AG2R La Mondiale a partir de 2024, com a equipe abandonando Citroën, BMC e seus famosos bretelles marrons e montando em bicicletas Van Rysel pelo menos pelos próximos cinco anos. Juntamente com o anúncio de cinco novos pilotos para a equipe francesa – incluindo Sam Bennett e Victory Lafay – a equipe do WorldTour exibiu o seu novo kit e as bikes para a próxima temporada. O kit é um elegante azul e branco, combinado com shorts pretos, da Van Rysel, e será combinado com capacetes e óculos de sol da mesma linha. Três novos capacetes foram produzidos para a parceria. A Van Rysel, marca de bicicletas premium da Decathlon, trabalhou com Swiss Side, Deda Elementi e ONERA, o laboratório francês de pesquisa aeroespacial, para desenvolver a bicicleta de estrada RCR PRO e a bicicleta de contra-relógio XCR. O quadro, o cockpit e o guidão são todos Van Rysel, combinados com rodas Shimano Dura-Ace Di2 e Swiss Side. A bicicleta RCR PRO pesava 6,826 kg na apresentação da equipe. Parece que a AG2R estará pilotando as bicicletas mais baratas do WorldTour na próxima temporada. A Van Rysel RCR PRO top de linha atualmente à venda na Decathlon Francesa está à venda por € 8.500 (U$ 9.300) Embora esteja equipada com SRAM Red eTap e não com Shimano Dura-Ace Di2, e não tenha as mesmas rodas Swiss Side que os pilotos do WorldTour usarão no próximo ano, é uma boa maneira de ver como – comparativamente – as bicicletas Van Rysel serão acessíveis ao público. Em comparação, a Canyon Aeroad que Mathieu van der Poel e Alpecin-Deceuninck pedalam custa U$ 9.899, o que ainda não é muito quando comparado com a Cervélo S5 da Jumbo-Visma, que está à venda por U$ 13.000, ou a Pinarello Dogma F usada pela Ineos, que está à venda por U$ 15.500. A colaboração da ONERA com Van Rysel na RCR PRO resumiu-se à aerodinâmica, com os especialistas aeroespaciais ajudando a tornar a bike o mais leve e rígida possível, ao mesmo tempo que continuava excelente no quesito aeoro. O projeto de três anos culminou na bicicleta de contra-relógio RCR Pro e XCR. Este último ainda não está disponível no varejista francês, mas estará em 2024. Nicolas Pierron, diretor da Van Rysel, disse no comunicado à imprensa: “Desde a sua criação em 2019, a VAN RYSEL, ‘made in Flanders’, aspira a se tornar uma marca importante no pelotão profissional. Nossos engenheiros e designers definem altos padrões para alcançar ultra-desempenho. Unimo-nos a especialistas e pilotos profissionais para chegar à linha de partida com produtos prontos para vencer. “Estamos muito orgulhosos de ver nossas bicicletas, capacetes e óculos escolhidos pelas equipes AG2R La Mondiale, incluindo a equipe de longa data do UCI WorldTour. Estamos entusiasmados e ansiosos para começar a temporada.”
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Óculos de ciclismo e os erros mais cometidos
Que catástrofe seria um carro sem o para-brisas. E que caos seria se a gente usasse um para-brisa de Fusca em uma Hilux. Outro problema seria não usar a vedação correta entre o vidro e a lataria. Ou que não tivesse um sistema para desembaçar o vidro nos dias de chuva. E se estiver sujo? A lista caótica só aumenta. É um pouco clichê falar sobre a importância de um para-brisa limpo, bem instalado, com a vedação correta, sem estar embaçado ou arranhado. Os nossos óculos para pedalar vão além. São infinitos os erros que podemos cometer com essa peça tão importante para a nossa visibilidade e segurança. Vamos à lista: 1 – Óculos certo para o rosto errado Não adianta nada você comprar o óculos mais lindo e caro de todos, se ele não servir bem em você. Cada pessoa tem uma medida e formato de rosto, e cada óculos é projetado pensando em um formato específico. Quem tem o rosto mais estreito não pode usar um óculos grande, que fica sobrando para os lados. Isso cria um problema de vedação entre a armação/lente e o seu rosto, levando muita sujeira e vento para dentro do seu olho. É claro que todo óculos tem uma permeabilidade mínima de ar, o que nos leva ao próximo tópico: 2 – Aberturas para ventilação Como falado no tópico anterior, um grande problema de um óculos é não vedar corretamente o contato de qualquer sujeira com o seu olho. Você precisa de óculos que tenham uma boa vedação com o rosto, mas essa vedação nunca vai ser completa, como são por exemplo, os óculos de natação. Para pedalar, é necessário que exista um mínimo de ventilação para evitar que as lentes se embacem, sobretudo com os efeitos da nossa respiração. Algumas lentes possuem furos na parte mais alta, com o intuito de fazer o ar mais quente sair dali (lembram-se das aulas de físicas e que o ar quente, por ser menos denso tende a subir, certo?) Essas aberturas são importantes em modelos de alta performance, que naturalmente possuem boa vedação com o rosto. 3 – Cuidado nos dias de chuva Em alguns dias de chuva é normal que os oculos embacem ou fiquem muito sujos, independente da qualidade do produto. Nesses casos, as vezes vale a pena tirar os óculos e pedalar sem eles. Todo marinheiro de primeira viagem já cometeu a gafe de tirar os óculos do rosto por estarem muito sujos de barro, e então, guarda-los dentro do bolso da jersey. A sujeira vai entrar em atrito com o tecido e vai lixar a lente por completo e, parabéns, você acaba de estragar o seu óculos. O local certo para guarda-lo é virado de cabeça para baixo e encaixado no capacete. Outra opção boa é deixa-lo pendurado na parte de trás da jersey, proximo à sua nuca. 4 – Escolha das lentes Isso é um pouco polêmico e pessoal. Geralmente, as lentes mais escuras ficam para o ciclismo de estrada, enquanto a turma do MTB usa lentes mais claras, por passarem por matas fechadas etc. Em dias chuvosos, lentes claras para qualquer modalidade. Uma opção bem cotada para ambas modalidades são as lentes fotocromáticas. Elas cumprem muito bem a promessa de mudar de cor de acordo com a luminosidade do dia, ao passar por uma estrada aberta ou mata fechada. Uma tecnologia que não se aplica muito bem ao ciclismo são as lentes polarizadas. Elas fazem a mágica de neutralizar possíveis brilhos que apareçam em nosso caminho, como uma poça d’água refletindo a luz do sol ou um vidro de um carro que manda um brilho forte direto no nosso olho. Essa é uma boa tecnologia para surfistas, pois as pequenas ondas no mar emitem diversos focos de brilho, à todo instante. No ciclismo e no MTB esses incomodos não aparecem o tempo todo, tornando dispensável a tecnologia de lentes polarizadas. Acontece que, precisamos estar atentos à esses focos: um carro que vem brilhando lá de longe não pode perder enfâse na nossa visão. O mesmo vale para uma poça de água no asfalto: se o sol fizer ela brilhar é um bom sinal de advertência para a gente entender que ali tem água. Tudo certo em lidar com aquele brilho incômodo por alguns segundos, que mais serve como um sinal de advertência do que como inconveniente em si. Novamente, isso é uma questão de opinião. Vários ciclistas usam lentes polarizadas e gostam, alguns utilizam lentes muito escuras etc. Vale a pena você testar e ver o que sente bem! 5 – Limpeza correta e imediata Chegou da trilha? Lave seus oculos imediatamente. O suor que fica ali na lente pode ser corrosivo para o material, o que vai diminuir a vida util das suas lentes. Deixar para lavar os óculos quando está saindo para pedalar, 24 horas depois de ter sujado, é um erro grotesco. Importante: lave seu óculos com detergente de cozinha – nenhum sabão ou sabonete vai servir. O detergente de cozinha é a unica opção que vai conseguir tirar todas as gorduras e sujeiras que chegam na lente, deixando ela zero bala. Como você lavou seu óculos com antecedência e só vai usar ele no próximo pedal, deixe-o secar naturalmente, na sombra. Se estiver saindo de casa e precisar secá-lo, utilize papel higiênico. 6 – Com armação ou sem armação Esse é um ponto importante na hora de escolher um óculos, sobretudo para pedalar. A armação cria pontos cegos na nossa visão, principalmente se forem grossas e estiverem posicionadas em locais importantes da nossa visão. No ciclismo de estrada, a nossa posição aerodinâmica nos faz utilizar a parte de cima das lentes, próximo de onde estaria a armação superior. É por isso que alguns óculos de ciclismo eliminam a armação, fazendo com que não existam pontos cegos na nossa visão. Isso cria uma certa dificuldade em vedar o óculos com o rosto do ciclista, mas tras um outro ponto positivo: o baixo peso. 7 – Arranhou? Troque! Andar com uma lente arranhada é a maior besteira que você pode fazer. Um arranhão incomodando a sua vista pode ser prejudicial para a saúde do seu olho. Não me perguntem como funciona tecnicamente, apenas sigam as regras dos oftalmologistas. 8 – Óculos casual? Cuidado! Sair para pedalar com óculos que não são próprios para a prática esportiva pode ser perigoso. Óculos casuais podem utilizar lentes de vidro, que vão se comportar de forma indesejada em caso de quebra, podendo cortar seu olho ou rosto. As lentes esportivas são pensadas para impactos e proteção correta! 9 – Proteções e originalidade É importante repetir o mantra: óculos não é acessório, é equipamento de segurança! Uma boa lente vai nos proteger de poeira e detritos que aparecem pelo nosso caminho em alta velocidade. Sem essa proteção, nosso olho seria a parte do corpo que mais iria sofrer com a prática do ciclismo e MTB. Assim como seu capacete salva sua vida, seus óculos tambem. Não faz nenhum sentido comprar óculos falsificados ou de procedência duvidosa. Lentes originais cumprem o papel de filtrar os raios UV, que são prejudiciais para os olhos e pele. Uma lente original tem a nitidez que seu olho precisa para não sofrer nenhum estresse constante, como o exemplo acima do arranhão. Essa nitidez é a garantia de que você vai enxergar tudo à sua frente, reduzindo o risco de tombos e acidentes. Essas lentes também passam por testes de impactos e simulam as diversas situações do nosso esporte. No mais, escolha um óculos bonito para não ficar igual um farrapeiro. Bons pedais!
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Mark Renshaw volta a trabalhar com Cavendish, agora como diretor esportivo na Astana
O ex-sprinter Mark Renshaw juntou-se a Astana como diretor esportivo para a próxima temporada. O australiano deve trabalhar com Mark Cavendish enquanto o britânico busca a 35ª vitória recorde na etapa do Tour de France no próximo verão. Renshaw juntou-se à equipe em julho passado para o Tour, entrando como ‘consultor de sprint e liderança’ antes de Cavendish acidentar na oitava etapa da prova. Ele passou nove de seus 15 anos como piloto profissional ao lado de Cavendish na Highroad, QuickStep e Dimension Data, consolidando-se como um dos principais líderes do ciclismo, enquanto a dupla acumulava inúmeras vitórias juntas. Agora, ele estará no carro da equipe na próxima temporada na esperança de ajudar Cavendish e seu pelotão para mais vitórias. “Estou muito animado por assumir o cargo de diretor esportivo da Astana para a próxima temporada de 2024”, disse Renshaw em um comunicado à imprensa da equipe. “Depois de trabalhar no Tour de France ao lado da equipe e dos pilotos, eu sabia que tinha mais a oferecer ao ciclismo profissional. “Com o apoio da minha incrível família para voltar ao esporte de elite, acredito que posso ajudar a levar nossos talentosos pilotos a vitórias em algumas das maiores e melhores corridas do calendário. Preciso agradecer a Alexander Vinokourov por me dar esta oportunidade de passar minha experiência para a equipe. “Temos grandes objetivos pela frente em 2024 e mal posso esperar para trabalhar para alcançar esses objetivos com a equipe.”
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GCN+ encerra streaming de transmissão de provas de ciclismo e MTB
Sem nenhuma preparação anterior, fomos surpreendidos com a devastadora notícias de que o streaming de transmissão de provas de ciclismo e MTB da GCN+ vai se encerrar no dia 19 de dezembro. O grupo Warner Bros. Discovery está encerrando uma das principais plataformas de transmissão de eventos de ciclismo para continuar seu plano de reestruturação. Em um comunicado dirigido a todos assinantes, a plataforma anunciou o encerramento do serviço GCN+ e do app GCN no dia 19 de dezembro. Esta mudança faz parte da estratégia da Warner Bros. Discovery de consolidar os seus serviços de streaming num só local, para que os assinantes do GCN+ na Europa tenham a opção de inscrever no Discovery+ ou a app Eurosport. No mesmo comunicado, explicaram que “esta decisão também significa que estamos a reorientar a Play Sports Network e as suas principais marcas, focadas na comunidade global de ciclismo… A Play Sports já gerou mais de 7 mil milhões de visualizações nos seus canais de redes sociais e está a crescer mais rápido do que nunca, por isso, embora estejamos desapontados, estamos mais determinados do que nunca a continuar a ser uma força ainda maior e mais positiva no ciclismo.” O Canal de Youtube e Instagram da GCN devem permanecer intactos, com resumos das provas e conteúdos sobre o mundo da bike normalmente (é o que parece). Eles postaram um vídeo explicando sobre a decisão do encerramento:
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A véspera: Documentário iQuê com Pipoca revela os bastidores pré prova na equipe feminina Dellas
A iQuê com Pipoca está feliz em anunciar o lançamento de seu documentário exclusivo, que oferece um olhar profundo e autêntico sobre os bastidores da equipe Dellas e do atleta Eduardo Cirio na véspera da competição L’Étape em Campos do Jordão. Neste documentário, os espectadores terão a oportunidade de acompanhar a preparação, os desafios e os momentos decisivos que antecederam essa competição tão desafiadora. Desde os treinos finais até a montagem das bicicletas, cada detalhe é revelado, fornecendo uma visão privilegiada de tudo o que envolve uma das provas de ciclismo mais aguardadas do ano por estes atletas. As mulheres que formam a equipe de ciclismo Dellas e Eduardo Cirio compartilham suas perspectivas, permitindo que o público mergulhe nas suas mentes e conheça os bastidores da véspera da competição de uma forma única e envolvente. Este documentário oferece uma oportunidade rara de se conectar com os atletas em um nível mais pessoal, descobrindo o que os motiva e como enfrentam os desafios. O documentário, produzido por Igor Quintella, promete revelar não apenas o aspecto físico do treinamento e da competição, mas também as emoções, os laços de equipe e as histórias inspiradoras que fazem parte do mundo do ciclismo de atletas com alto rendimento, mesmo que amadores. O documentário estrou na quarta-feira, 1º de novembro, e estará disponível no canal oficial da iQuê no YouTube. Segue abaixo o doc : Este é um documentário imperdível para os entusiastas do ciclismo, atletas em busca de inspiração e qualquer pessoa que deseja ter uma visão interna dos bastidores de uma competição de alto nível. Sobre a iQuê com Pipoca: A iQuê com Pipoca é uma produtora de filmes que vai documentar os melhores picos de pedal do Brasil. Este projeto promete entregar uma experiência rica em emoção e autenticidade envolvendo o ciclismo brasileiro de diversas formas. Para mais informações, entre em contato conosco através do e-mail: marketing@useiq.cc Link Youtube: https://www.youtube.com/@iq-culturaciclistica9948 Siga-nos nas redes sociais: Instagram: @useiq.cc
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Venda de ingressos para Copa do Mundo de Araxá inicia-se nesta quarta (1/11)
Confira os passaportes disponíveis e condições de preços especiais para o evento marcado para 18 a 21 de abril de 2024, no Grande Hotel Termas de Araxá Os apaixonados pelo ciclismo poderão garantir a partir desta quarta-feira (1/11) seus ingressos para a edição inédita da Copa do Mundo UCI de Mountain Bike em Araxá. O evento acontecerá entre os dias 18 e 21 de abril de 2024, na pista do Grande Hotel Termas de Araxá. O passaporte que for adquirido, pessoal e intransferível, pode ser de 1 a 4 dias e os valores variam entre R$ 150 (1 dia) a R$ 300 (4 dias), mais a taxa de conveniência. Para fazer a compra, basta acessar: https://www.ticketsports.com.br/e/uci-mountain-bike-world-series-arax-37338. Enquanto estudantes e idosos (pessoas acima de 60 anos) terão 50% de desconto na compra dos passaportes, a organização preparou um desconto super especial de 80%, para os moradores da cidade-sede, Araxá. Crianças, de até 9 anos, não pagam entrada, ou seja, garantindo assim 100% de desconto, porém também devendo fazer o cadastro no sistema de venda de ingressos. O fato de o passaporte ser pessoal e intransferível, significa que não será permitido outra pessoa usar o ingresso. Em todos os casos, será feita a conferência do documento com foto, com o nome impresso no passaporte na portaria do evento. Se o nome não for o mesmo da pessoa, a mesma será impedida de entrar e terá que comprar um novo passaporte. Moradores de Araxá O código especial de desconto dos moradores de Araxá será entregue no Araxá Center Shopping, na Academia Bluefit (Rua Domingos Di Mambro, 850), das 5h às 23h de segunda a sexta-feira e das 7h às 22h nos sábados e domingos, mediante apresentação de comprovante de endereço (contas de água, luz, telefone etc) e documento com foto. Será feita a entrega de, no máximo, dois cupons para cada pessoa. Vale ressaltar que existe um número limitado de ingressos colocados à venda para moradores de Araxá. Estudantes O estudante deverá levar seu documento de estudante com data de validade e apresentar o comprovante de pagamento da matrícula ou mensalidade. Se não apresentar o documento, deverá pagar a diferença do valor do passaporte sem o desconto de estudante. Vale ressaltar que existe um número limite de ingressos colocados à venda para estudantes.. Idosos Será feita a conferência do documento com foto, com o nome impresso no passaporte, na portaria do evento. Se o nome não for o mesmo, a pessoa será impedida de entrar e terá que comprar um novo passaporte. Vale ressaltar que existe um número limite de ingressos colocados à venda para idosos. Menores de 9 anos Crianças de até 9 anos, acompanhadas dos pais ou responsáveis, terão entrada livre, mas deverão fazer seu cadastro no sistema de venda de ingressos. Assim que o responsável colocar a data de nascimento o sistema já dará o desconto automaticamente se a criança tiver até 9 anos.É obrigatório levar documento com foto da criança para apresentar na entrada. Ingressos sem desconto (adultos) Será feita a conferência do documento com foto, com o nome impresso no passaporte, na portaria do evento. Se o nome não for o mesmo, a pessoa será impedida de entrar e terá que comprar um novo passaporte. Vale ressaltar que existe um número limite de ingressos colocados à venda. A organização da CIMTB realizou sua primeira prova em 1996. Desde então, vem inovando e contribuindo ativamente para o crescimento e fortalecimento do mountain bike e o mercado de bicicletas no Brasil. Contando pontos para o ranking mundial da União Ciclística Internacional (UCI) desde 2003, a CIMTB tem sido seletiva para os Jogos Olímpicos desde os ciclos de Pequim 2008, Londres 2012, Rio 2016, Tóquio 2020 e agora para a disputa de Paris 2024. Em 2022, a CIMTB aumentou ainda mais sua relevância internacional, com a realização da etapa de abertura da Copa do Mundo Mercedes-Benz de Mountain Bike 2022, em Petrópolis (RJ). Além disso, foi responsável pela construção da pista de mountain bike dos Jogos Olímpicos Rio 2016, considerada uma das melhores da história dos Jogos desde 1996, primeiro ano do MTB em Olimpíadas. Mais informações sobre a CIMTB: Site: https://www.cimtb.com.br Instagram: http://www.instagram.com/cimtb Facebook: http://www.facebook.com/cimtb/ Twitter: http://www.twitter.com/cimtb_oficial
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Reveladas as datas e locais da Copa do Mundo de MTB no Brasil em 2024
● UCI Mountain Bike World Series 2024 terá 15 finais de semana de corrida ● Cross-country, Downhill e Enduro visitarão coletivamente 10 países na Europa, América do Norte e América do Sul ● Seis novos locais adicionados à programação Foto: Pedro Cury A Warner Bros. Discovery e a UCI (União Ciclística Internacional) têm o prazer de revelar o calendário de 2024 da UCI Mountain Bike World Series. Mais uma vez, todos os principais formatos de mountain bike foram alinhados em um único calendário, que no próximo ano terá lugar em 10 países da Europa, América do Norte e América do Sul – e inclui seis novos locais. O calendário completo das Copas do Mundo UCI de Cross Country olímpico (XCO), Short Track (XCC), Downhill (DHI) e Enduro (EDR), incluindo E-Enduro (E-EDR) cobrirá 15 finais de semana de corridas, com todos os formatos desfrutando de eventos independentes e combinados. Um dos destaques do calendário será mais uma vez o festival emblemático em Haute-Savoie, França, que este ano atraiu mais de 100.000 espectadores. Mais informações sobre a Copa do Mundo de Maratona Cross-Country da UCI serão divulgadas oportunamente. A temporada começa com o cross-country apresentando finais de semana de corrida consecutivos no Brasil, com novas instalações em Mairiporã, em São Paulo, e Araxá, Minas Gerais, fazendo ambas sua estreia na Copa do Mundo UCI. Juntando-se a eles como anfitriões pela primeira vez estarão Bielsko-Biala, na Polônia, Crans-Montana e Aletsch Arena, Bellwald, ambos na região de Valais, na Suíça, e Mt Van Hoevenberg-Lake Placid, nos EUA. David Lappartient, presidente da UCI, disse: “Com seu novo formato inovador que reúne todos os principais formatos da disciplina, a Copa do Mundo de Mountain Bike da UCI foi um grande sucesso em 2023, com, pela primeira vez, uma rodada – em Haute-Savoie, França – acolhendo todas as especialidades do programa da série”. “Também haverá algo novo no próximo ano, com novos locais a serem incluídos nesta importante série de mountain bike, não apenas na Europa, mas também na América do Norte e América do Sul. Isto atesta a popularidade do desporto, que o Comité Olímpico Internacional acaba de confirmar que estará no programa dos Jogos Olímpicos de Los Angeles 2028. O mountain bike continua a se desenvolver internacionalmente e a Copa do Mundo da UCI é, sem dúvida, um elemento-chave nesse progresso”, completa. Chris Ball, vice-presidente de eventos de ciclismo da Warner Bros. Discovery Sports, disse: “Depois de um 2023 inovador, tenho orgulho de dar as boas-vindas a locais icônicos e novos destinos no calendário de 2024 da UCI Mountain Bike World Series. Na maior expansão do mountain bike internacional em muitos anos, seis novos locais se juntarão ao sucesso de bilheteria de um ano, totalizando 15 finais de semana de eventos. “A expansão para a América do Sul e os acordos de longo prazo em Lake Placid, nos EUA, Trentino, na Itália, e Haute-Savoie, na França, são marcas registradas de uma temporada que oferece mais corridas do que nunca. A Suíça também se junta com dois novos locais na deslumbrante região de Valais e a Polônia junta-se ao calendário da UCI World Cup pela primeira vez.” O calendário de 2024 marca o segundo ano de uma parceria inovadora de oito anos entre a UCI e a Warner Bros. Discovery (WBD), que vê a WBD assumir a transmissão, promoção e organização da Copa do Mundo de Mountain Bike da UCI, utilizando seu extenso alcance global para ajudar a desenvolver o esporte em todo o mundo. História da CIMTB A organização da CIMTB realizou sua primeira prova em 1996. Desde então, vem inovando e contribuindo ativamente para o crescimento e fortalecimento do mountain bike e o mercado de bicicletas no Brasil. Contando pontos para o ranking mundial da União Ciclística Internacional (UCI) desde 2004, a CIMTB tem sido seletiva para os Jogos Olímpicos nos ciclos de Pequim 2008, Londres 2012, Rio 2016, Tóquio 2020 e Paris 2024.Em 2022, a CIMTB aumentou ainda mais sua relevância internacional, com a realização da etapa de abertura da Copa do Mundo Mercedes-Benz de Mountain Bike 2022, em Petrópolis. Além disso, foi responsável pela construção da pista de mountain bike dos Jogos Olímpicos Rio 2016, considerada uma das melhores da história dos Jogos desde 1996, primeiro ano do MTB em Olimpíadas. Mais informações sobre a CIMTB: Site: https://www.cimtb.com.br Instagram: http://www.instagram.com/cimtb Facebook: http://www.facebook.com/cimtb/ Twitter: http://www.twitter.com/cimtb_oficial
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Brasil garante duas vagas no ciclismo de estrada para Paris-2024 após GP Internacional de Ciclismo em Urubici
Pontos somados em evento internacional realizado na Serra Catarinense ajudam ciclismo brasileiro a classificar representantes nos Jogos Olímpicos – Fotos: Juliane Bogo/CBC Urubici (SC) – 19 de outubro de 2023 – O Brasil estará representado na modalidade de ciclismo de estrada nas Olimpíadas de 2024, que serão realizadas em Paris. O país garantiu duas vagas, uma no masculino e outra no feminino, pelo ranking das nações da UCI (União Ciclística Internacional), que apontou os últimos classificados da modalidade aos jogos na França. As posições necessárias para o avanço vieram após serem contabilizados os pontos distribuídos no GP Internacional de Ciclismo, realizado em Urubici (SC) no começo deste mês. Entre os dias 3, 4 e 5 de outubro a cidade da Serra Catarinense recebeu três etapas internacionais válidas pelo ranking mundial e uma das últimas para a definição dos países classificados à modalidade de ciclismo de estrada para as Olimpíadas de Paris. Ao todo, mais de 150 atletas de 13 países estiveram em ação em Urubici. O GP Internacional de Ciclismo fechou os três dias de disputas. Os ciclistas que representarão o Brasil na França serão definidos pela Confederação Brasileira de Ciclismo. Para a classificação para os Jogos Olímpicos na modalidade, as últimas vagas foram distribuídas com base no ranking das nações da UCI. Os melhores colocados, levam mais atletas. No feminino, o Brasil ficou com a 38ª posição e, conforme faixa de colocações, assegurou uma vaga. Já no masculino, o ciclismo brasileiro não conseguiu vaga pelo ranking, até o 45º lugar. No entanto, a 54ª posição foi suficiente por conta da redistribuição de vagas por continentes, uma vez que outros países possuíam atletas assegurados nos Jogos Olímpicos por outros meios de classificação. Os pontos decisivos para o ciclismo de estrada verde-amarelo vieram após o GP Internacional de Ciclismo, realizado em Urubici. O GP Internacional de Ciclismo foi válido pelo calendário da UCI (Union Cycliste Internationale). A organização foi da CBC (Confederação Brasileira de Ciclismo) em parceria com a FCF (Federação Catarinense de Ciclismo) e AACESC. O evento contou com os patrocínios de: C Pack, Supermercados Koch, SOS Distribuidora de Alimentos, Unifique, Shimano e Riders. O evento também teve o apoio da Lei de Incentivo ao Esporte do Governo Federal e o apoio institucional da Prefeitura Municipal de Urubici, Governo do Estado de Santa Catarina e Fesporte.
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Chris Froome vira folha e decide falar bem dos freios a disco
O tetra-campeão do Tour de France decidiu mudar o discurso e passou a falar bem dos freios a disco Chris Froome, um dos maiores críticos dos freios a disco em bicicletas de estrada nos últimos anos, revelou que “se apaixonou” pela tecnologia. Falando à mídia durante uma visita à fábrica da Factor Bikes em Taiwan na quarta-feira – da qual ele é investidor – o piloto da Israel-Premier Tech disse que teve uma “experiência muito melhor” com freios a disco no ano passado e esse ano. Froome deixou claro que não gostava de freios a disco no passado. Revendo sua bicicleta da equipe Israel Star-Up Nation em 2021, quando ingressou, ele disse que ainda não estava “100% convencido” aos freios a disco. O desempenho é excelente, admitiu ele, antes de acrescentar: “As desvantagens dos freios a disco [são] o atrito constante, o potencial para a mecânica, o superaquecimento… pessoalmente, não acho que a tecnologia esteja exatamente onde precisa estar ainda.” No Tour du Rwanda deste ano, a longa pausa solo de Froome no terceiro estágio foi interrompida abruptamente por uma laboriosa troca de rodas, que o levou a postar no Instagram “Freios de aro > Freios de disco”, seguido por emoticons de rostos derretidos. Atualmente, porém, o atleta de 38 anos explicou que passou a gostar da tecnologia. “Quando comecei a andar com freios a disco, a indústria ainda era bastante nova em freios a disco”, disse ele. “Não é culpa da Factor, mas acho que alguns dos componentes que usamos na bike não eram necessariamente 100% compatíveis. Estávamos rodando, por exemplo, um sistema de freio Shimano com rotores diferentes, que não eram Shimano. “Essa combinação, cortar e trocar equipamentos, quando entrei na equipe, não foi uma grande coisa para o cenário dos freios a disco. Isso causou problemas no primeiro ano com a equipe. Minha impressão inicial dos freios a disco na estrada foi distorcida por essa experiência. “No último ano e meio usando freios a disco, definitivamente tive muito menos problemas e certamente foi muito melhor, uma experiência muito melhor para mim. Eu me acostumei com os freios a disco. Não há duas maneiras de fazer isso, exige mais manutenção, mais trabalho. Mas quando funciona, é ótimo.”
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Os quatro trabalhos que você NÃO deve fazer na sua bicicleta
A gente tenta ensinar aqui e por vídeos algumas dicas que podem te auxiliar a manter a vida útil da sua bicicleta. Regulagens, limpezas e outras tarefas importantes para tudo funcionar bem. Acontece que nem todas as manutenções que a sua bike pede, são dignas de serem ensinadas pela internet e com ferramentas convencionais. Decidimos fazer essa lista para que você considere nunca mexer sozinho nestes itens, salvo a exceção de ter recebido orientações muito bem estruturadas de um profissional (texto da internet não serve). Vamos aos itens NÃO recomendados de se aventurar sozinho: 1 – Manutenção da suspensão Você pode explorar ali as regulagens de retorno e compressão da sua suspa, basta se manter atento para as medidas mínimas e máximas recomendadas pelo fabricante. O problema é quando um mero mortal tenta pagar de mecânico e inventa de abrir a suspensão. Este é sem dúvida um dos serviços mais complexos que existe no mundo da bike e pode custar caro se você fizer algo errado ou não estiver munido das ferramentas corretas (que são bem específicas, caras e não aceitam gambiarras). São centenas de peças minúsculas que ficam empilhadas em uma ordem correta e simplesmente travam o sistema se você inverter a posição de uma simples arruela. Por sorte, não vemos muitos corajosos se meterem neste tipo de trabalho, mas infelizmente é muito comum observar os que pecam por atrasarem o prazo recomendado pela carta de manutenção dos fabricantes, não encaminhando a peça para receber os cuidados necessários de tempos em tempos. Atrasar a manutenção da suspensão é um pecado gravíssimo e pode condenar todo o equipamento, ocasionando estragos irremediáveis. Portanto, procure se informar sobre os prazos de manutenção da sua suspensão (costuma variar entre 50 a 125 horas de uso) e pesquise por um mecânico autorizado para realizar o serviço 2 – Freios a disco hidráulicos Você pode e deve aprender a trocar as suas pastilhas de freio a disco, não é uma tarefa difícil e não exige ferramentas complexas. É normal que você precise também alinhar a pinça de freio com o disco. Até aí, tudo bem, são tarefas do dia a dia. Porém, fazer uma sangria de freios já foge um pouco da jurisdição de um mecânico de apartamento. Não que essa seja uma tarefa difícil como é a revisão de suspensão, mas envolve pequenos detalhes bobos, como manter as mangueiras em posicionamento correto, com o intuito de eliminar qualquer bolha de ar no sistema. Se não for feito de forma criteriosa, você pode perder os freios em um momento crucial, ocasionando acidentes de proporções épicas. Outra coisa que parece fácil, mas não é, seria a tentativa – quase sempre falha – de desempenar um disco de freio. Por mais empenado que ele está, lembre-se que sempre pode piorar. E geralmente é isso que acontece. 3 – Alinhamento de gancheira É muito comum que o seu câmbio esteja com as marchas desreguladas por que a sua gancheira está levemente torta. Existe uma ferramenta que serve para voltar a gancheira para o lugar, utilizando a roda como referencial (que também precisa estar devidamente alinhada). Nem pense em alinhar uma gancheira com algum tipo de ferramenta paralela (gambiarra). Mesmo com a ferramenta adequada, este serviço é tão preciso quanto afinar um violão. Se você apertar demais, a gancheira fica torta para o outro lado. Aí precisa fazer o movimento pro outro lado, criando um desgaste que compromete a vida útil da peça. O movimento deve ser único e certeiro e deve levar em conta as características de deformação plástica e elástica que o metal da gancheira possui. Em resumo, depende de ter uma mão muito bem ajustada. Vale lembrar que os conjuntos de 12 velocidades possuem recomendação de nunca passar pelo processo de alinhamento da gancheira, devido ao seu alto nível de precisão. Em outras palavras, nem mesmo uma mão muito bem ajustada consegue realinhar uma gancheira de 12V. Considera-se que o sistema é tão justo que nunca vai ficar corretamente realinhado. A recomendação é que seja feita a troca da gancheira, caso ela apresente algum tipo de desalinhamento. Vale lembrar também que o lançamento mais novo da Sram eliminou o uso de gancheira (daquela forma tradicional conhecida). 4 – Retirar/recolocar movimento central e caixa de direção em quadros de carbono Essa tarefa é muito simples de ser feita, desde que, com as ferramentas e técnicas adequadas. Em muitos fóruns da internet você vai encontrar métodos de sacar esses rolamentos utilizando apenas uma chave de fenda e um martelo. Qual é o problema disso? A peça vai sair do quadro sem uniformidade, sendo ejetada pouco a pouco de um lado, depois do outro, fazendo o carbono ficar “expandido” por alguns momentos. Naquele ponto, as fibras do carbono são posicionadas em sentido que não permite a sua flexibilidade. Logo, o carbono daquele ponto ficará prejudicado. Já viram um quadro de carbono que, mesmo com um movimento central completamente novo, apresenta barulho de rangido a cada pedalada? É possível que este quadro tenha sido danificado por uma simples remoção incorreta do movimento central. Fica muito claro que, este é um estrago permanente e sem solução. Aquele barulho nunca mais vai embora. Por mais pessimista e desencorajador que este texto pareça, a nossa ideia é te alertar de pequenas aventuras que podem ocasionar grandes cagadas. E permanentes. Ter conhecimento dessa linha divisória entre o que é de jurisdição do mecânico amador e o que é exclusivo do profissional deve ser o ponto de partida para você tomar coragem para fazer aquilo que está ao seu alcance, por mais complicado que pareça. Liquido no pneu, regulagem de câmbio, regulagem de raios (esse é bem difícil) – experimente faze-los por conta própria, sempre observando com muito cuidado os resultados. É super comum que você cometa erros e eles vão te dar bastante trabalho ou até te deixar na mão no meio trilha, mas não serão erros tão cruéis como os quatro itens relatados neste texto. Portanto, mãos a obra e vá aprender a mecânica básica, sem desculpas! E se tiver curiosidade em abrir suspensões, sangrar freios e desempenar gancheiras, vá aprender com um profissional e faça um investimento nas ferramentas! Bons pedais!
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Tadej Pogačar vence a Il Lombardia
O bicampeão Tadej Pogačar lutou contra seus rivais e uma dose tardia de cãibras nas pernas para imitar o grande Fausto Coppi, garantindo um hall de vitórias em Il Lombardia, atacando sozinho a na descida do Passo di Ganda a 30 quilômetros da chegada. O esloveno terminou 51 segundos à frente de um grupo de sete pilotos liderado por Andrea Bagioli (Soudal-QuickStep), que ultrapassou Primož Roglič, fazendo a sua última aparição com as cores Jumbo-Visma, com Aleksandr Vlasov (Bora-Hansgrohe) em quarto. Os britânicos Simon Yates (Jayco-AlUla) e Adam Yates terminaram em quinto e sexto, respectivamente, este último desempenhando um papel crítico na vitória do seu líder nos Emirados Árabes Unidos. ‘Vencer pela terceira vez na minha terceira participação, pela segunda vez aqui em Bérgamo… É um sonho terminar sozinho. Foi fantástico. Aproveitei os últimos quilômetros, embora tenham sido muito, muito dolorosos”, disse Pogačar. Chegando ao Passo di Ganda, faltando 41 km para o final, os pilotos da fuga Ben Healy (EF Education-EasyPost) e Martin Marcellusi (Green Project-Bardiani) mantiveram uma vantagem de 40 segundos. O irlandês Healy largou seu companheiro italiano nas encostas mais baixas da subida, mas não resistiu ao aumento de ritmo liderado pela UAE dentro do pelotão, aproximando-se rapidamente para trás. Diego Ulissi foi o instigador inicial, antes de Adam Yates explodir o pelotão com um ataque que viu Healy ser engolido e vários favoritos serem derrubados, incluindo o líder da equipe de Bagioli, Remco Evenepoel. ‘Tentei atacar na subida, mas acho que Vlasov foi um dos mais fortes lá’, disse Pogačar, que pegou um KoM no Ganda durante o reconhecimento pré-corrida. “Eu esperava que eu e Aleksandr fôssemos juntos até o final, que colaborássemos, mas os outros vieram de trás”, continuou ele, acrescentando que viu sua chance na descida. ‘Foi em um momento que tive uma pequena lacuna. Eu conhecia a descida muito melhor do que há dois anos, quando essa descida foi um desastre para mim. Mas hoje eu dei tudo de mim. Foi difícil chegar tão longe do final, hoje foi uma corrida super difícil em todas as subidas’, disse ele, antes de confirmar que lutou contra cãibras quando saiu sozinho. “Primeiro tive cãibra na coxa direita, depois pensei que estava sentindo a mesma cãibra na esquerda, mas consegui seguir em frente. Abaixei um pouco minha potência e me concentrei em ser o mais aerodinâmico possível e me salvar para o chute final para cima. Eu esperava que a colaboração por trás não funcionasse tão bem. Ganhei tempo com eles, mas não estava indo tão rápido”, admitiu. Adam Yates explicou que os atletas da UAE tiveram que repensar sua estratégia quando Sjoerd Bax caiu no início da corrida, caindo em um incidente que também deixou Evenepoel no chão. ‘Isso nos deixou com um homem a menos e tivemos que nos reorganizar um pouco, mas no final Tadej fez o que faz de melhor. Tentei atacar algumas vezes para dificultar e quando ele encontra o momento certo ele sabe o que fazer. Foi um dia perfeito para nós. Então, atrás, tentei dar um tapinha em todo mundo, como sempre. Quando você tem números é muito mais fácil controlar a corrida”, disse Yates.
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Entenda a polêmica fusão das equipes Jumbo-Visma e Quick-Step
Atletas e entidades do ciclismo ja se pronunciaram sobre a fusão de duas equipes, que deve reduzir um time no quadro de equipes world tour Haverá apenas 17 equipes no WorldTour no próximo ano, caso ocorra a fusão proposta entre Jumbo-Visma e Soudal Quick-Step, disse aAtletas e entidades do ciclismo ja se pronunciaram sobre a fusão de duas equipes, que deve reduzir um time no quadro de equipes world tour Haverá apenas 17 equipes no WorldTour no próximo ano, caso ocorra a fusão proposta entre Jumbo-Visma e Soudal Quick-Step, disse a UCI, órgão regulador do ciclismo. Surgiram relatos na semana passada de que duas das principais equipas do ciclismo, a holandesa Jumbo-Visma e a belga Soudal Quick-Step, iriam fundir-se, levantando questões não apenas sobre o futuro dos pilotos e do pessoal da equipe, mas também sobre a sustentabilidade do ciclismo como um esporte. Num comunicado divulgado na tarde de terça-feira, reagindo ao que – neste momento – são apenas relatórios, a Union Cycliste Internationale (UCI), afirmou: “Qualquer operação deste tipo deve cumprir os procedimentos e disposições estabelecidos nos Regulamentos da UCI que, em particular , permitem assegurar o cumprimento das disposições contratuais por parte de todo o pessoal das equipes em questão (pilotos, mas também dirigentes de equipe e outros funcionários como médicos, mecânicos, assistentes desportivos, pilotos, etc.), o que é de primordial importância para a UCI.” Sobre o número de equipes no WorldTour – que atualmente é de 18 – a UCI disse: “Se a continuidade de uma das equipes não pudesse ser garantida para a temporada de 2024, o número de UCI WorldTeams seria de 17 para as temporadas de 2024 e 2025”. “Não concordamos com toda essa merda ” Ilan Van Wilder, piloto da Soudal Quick-Step fala sobre a proposta de fusão com a Jumbo-Visma. Momentos depois de vencer a maior corrida da sua carreira na terça-feira, Ilan Van Wilder enviou uma mensagem: não quer que a proposta de fusão entre Jumbo-Visma e Soudal Quick-Step vá em frente, quer que a sua equipa continue. O piloto da Soudal Quick-Step tinha acabado de derrotar Tadej Pogačar (UAE Team Emirates) e Primož Roglič (Jumbo-Visma) na linha de chegada em Tre Valli Varesine, mas o seu triunfo não estava em sua mente na entrevista pós-corrida . “Tem sido algumas semanas difíceis para nós”, disse Van Wilder. “Esta vitória é para meus companheiros de equipe e para a equipe mostrar que não concordamos com toda essa merda e queremos continuar como Soudal Quick- Step”
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Porquê XCO e não XCM? Porquê XCM e não XCO?
Todos nós temos percebido que o mercado de bikes está bem alavancado, marcas vendendo bem, novos nomes aparecendo com frequência, mais atletas apresentando performance de alto nível e uma linha crescente no gráfico do mundo da bike. Temos um bicampeão mundial e alguns outros nomes fazendo bonito lá fora. Apesar de tantos benefícios notados, algo adoeceu no nosso querido esporte. Lembro-me como eram bem vistas as vitórias dos atletas de elite nas provas de longa distância. Onde foram parar? Por que os atletas da elite atual – Cocuzzi, José Gabriel, Raíza, Karen – não lutam pela glória daquelas corridas de dois dias e três dígitos de quilometragem? Por que eles optam pelo foco 100% no XCO? Quem aí se lembra como eram as batalhas da elite a 10 ou 15 anos atrás? Hugo Prado, Abraão, Uirá, Ravelli, Roberta Stopa, Erika, Jaqueline – todos periodizavam as suas temporadas pensando em metade XCO e a outra metade XCM. O próprio calendário nacional era divido em 50% – 50% e não tinha pra onde correr. No primeiro semestre predominavam os XCO, no segundo era XCM. Era bem legal ver como alguns venciam as provas curtas e apanhavam nas longas, mas independente das preferências, todos os atletas competiam todo o calendário – e o público acompanhava e vibrava em todas elas. Vencer o Iron Biker e deixar o seu nome gravado naquele troféu era a maior visibilidade que um atleta de elite poderia ter no Brasil. Passem lá (esse final de semana) para ver quais nomes estão gravados no caneco da prova e você verá que são atletas que marcaram a história do MTB para sempre. O 12 Horas de MTB também era uma prova para poucos e o nome do vencedor sempre corria pelos quatro cantos do país. A etapa de Maratona da CIMTB era a mais esperada, a mais lotada e mais desafiadora para os atletas. Lembro-me que foi ali, na tradicional etapa de Congonhas, que o Cocuzzi teve uma das suas primeiras grandes aparições para o público, quando ainda jovem chegou em terceiro lugar, na roda do Rubinho. O comentário que virou febre naquele dia era: “O moleque de 17 anos chegou no c* do Rubinho” É muito legal que as modalidades tenham se especializado e é normal que exista uma segregação e independência entre elas. O que eu sinto falta é de ver os amadores competindo XCO, assim como sinto falta de ver a elite competindo XCM. Antigamente toda a elite marcava presença nas provas de três dígitos, hoje em dia não mais. Assim como, antigamente era possível ver amadores no XCO, hoje em dia não mais. A minha segunda prova de MTB foi o XCO de Araxá, com quase nenhuma experiência em pilotagem. Hoje em dia, não recomendo que nenhum inexperiente entre naquela pista sem um profissional orientando-o, mas já falamos sobre este tema em outro texto. Ficou praticamente segregado: XCM para os amadores; XCO (e XCC) para a elite. Não é uma reclamação e não existem culpados – é só uma análise de um cenário que realmente mudou. Acho que essa é uma mudança global e não somente do Brasil. Mudanças nas regras de pontuação do XCM e XCO segregaram ainda mais essas modalidades e fizeram com que os profissionais não tivessem mais motivos para investir nas médias/longas distâncias, uma vez que esse investimento passa a ter menos influência na corrida olímpica. É totalmente compreensível que os atletas patrocinados dirijam o seu foco para o XCO. As marcas, idem. Faz todo sentido que compartilhem do mesmo sonho de seus atletas. Este é mais um motivo que engrandece ainda mais as participações que Henrique Avancini teve nos Campeonatos Mundiais de XCM, Cape Epic e Brasil Ride. Nesta abordagem, friso as participações como algo ainda mais importante que a vitória em si, pois o motivo de ele estar ali não é aquele mesmo sonho da corrida olímpica que os demais atletas e marcas cultivam ano a ano, repetidamente. O Henrique sempre foi questionado sobre o motivo de ele se desgastar nessas provas “que não contam pontos” enquanto os outros atletas se preparavam para o que realmente “é importante”. Meu ponto é que, tanto crescimento do esporte levou à uma belíssima e disputada corrida por pontos olímpicos, cada vez mais especializada, deixando de lado o XCM, acabando com os longos e lindos bolsões de largadas de mil pessoas em que os amadores largavam 20 metros atrás da elite, oportunidade que eu tive durante 10 anos em Iron Bikers, CIMTB Congonhas, Big Bikers etc. Nessa mudança de prioridades, será que nos esquecemos do glamour que existe quando um atleta vence uma prova de três dígitos, colocando alguns minutos no segundo colocado? Será que trocamos a emoção de um ataque faltando 40 kms para a chegada, por sprints finais com photo finisher em uma prova de uma hora e pouco? Será que a entrada das transmissões de XCO abafaram a nossa curiosidade com o XCM, que até hoje é muito difícil de transmitir? Minha dica: assistam esse final de semana o Iron Biker Brasil, em Mariana. Sigam a organização do evento e os atletas que estarão lá, assim como outras provas longas, de dois dias ou mais. O espetáculo ali é enorme, os caras que sobem no pódio são gigantes e fazem algo que é cada vez mais desafiador para todos – inclusive para a elite da elite. Bons pedais – e que sejam um pouco mais longos neste final de semana.
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Hugo Prado Neto é Campeão Mundial
Hugo Prado Neto, 44 anos, disputou o Campeonato Mundial de Maratona Master na Austrália e trouxe a tão sonhada Rainbow Jersey para o Brasil. O percurso de 99 kms e aproximadamente 3 mil metros de subida passou por alguns bike parks e teve muitas trilhas com grip escorregadio e pontos que teriam ultrapassagem dificultada. As subidas, mais concentradas no início da prova também foram um fator que Hugo usou para traçar a sua estratégia de vencer Karl Platt, um dos melhores atletas do mundo na disciplina Maratona. Pra quem não sabe, o alemão Karl Platt era o favorito para vencer pois acumula um currículo de cinco vitórias no Cape Epic, sete Transalps, três vezes Campeão Alemão, Campeão Europeu de Maratona e também já tinha vencido a corrida em questão – o Campeonato Mundial de Maratona Master. “Eu tomei controle da corrida. Eu estava com um espanhol da categoria mais nova que a nossa, junto ao Karl Platt. Eu já sabia que a subida mais dura estava chegando e entrei nela fazendo 400 a 500 watts. Logo eu escutei o espanhol falar que o Platt tinha sobrado. Aí eu pensei, se ele já ficou aqui, então eu tenho que apertar mais ainda o ritmo.” – disse Hugo sobre os primeiros 35 quilômetros da prova. “A minha estratégia era ser agressivo. Eu tinha feito todos os treinos certos e me sentia bem.” “Eu queria fazer a minha prova, dar a minha cartada. Pra mim, a derrota seria ter medo de ser agressivo e não usar a minha intensidade alta desde o começo.” Hugo analisou os seus números gerados na prova como uma de suas melhores performances da sua vida, mesmo faltando poucos meses para completar 45 anos. A prova durou 4:25 horas e ele conseguiu alcançar uma Normalized Power de 294 watts. O brasileiro classificou esta performance como muito próxima de outro grande resultado importante que ele teve na etapa longa da Brasil Ride em 2015, quando ele pegou pódio na elite, à 1 minuto de Henrique Avancini e Manuel Fumic. A comparação é válida para mostrar que com quase 45 anos, Hugo Prado replicou uma performance memorável de sete anos atrás, o que comprova a sua forma física nesse Campeonato Mundial e principalmente, uma gigantesca consistência de performance ao longo de tantos anos. Essa sim, muito difícil observar mesmo nos melhores atletas do mundo. Hugo já competiu outros campeonatos mundiais na América do Norte, Europa, Oceania e alguns Campeonatos Panamericanos. Ele fala ainda sobre os futuros projetos de vencer o Cape Epic e Campeonato Mundial de XCO, que ele também já competiu algumas vezes. Ainda sem muito detalhes, o atleta menciona o projeto de um livro. Hugo Prado é atleta Specialized, iQuê, Alquimia, Look, Scicon e Turano Construtora. Os áudios que o Hugo nos enviou para a montagem dessa reportagem ficaram muito concisos e detalhados. Todos os apaixonados por bike devem escutar essa aula de MTB. Aproveitem:
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E agora, Avancini?
Deu na gente uma sensação estranha. Parece que a festa acabou, a luz apagou. A sensação de que o povo sumiu. Ou, que em pouco tempo, vai sumir. Perde a graça, me parece. Perde a graça, tenho certeza. Estou errado, ouvi de um campeão. Mundial, por sinal. Digo, bi-campeão. Mundial. Quem não conhece a história pensa que é uma nota fúnebre, tamanho são as lamentações. É impossível não encher os olhos de lágrimas. É de fato, um pouco fúnebre. Não é o fim de uma pessoa ou atleta, mas o fim de uma era – algo muito maior do que qualquer ser pode ser. Eu nunca tinha tomado nota de um anúncio de aposentadoria feito por meio de um documentário, explicando cada um dos motivos com imagens, depoimentos e alta produção. É por que eu nunca tinha visto uma aposentadoria com motivos tão fortes. Um dos vídeos que mais me marcaram na internet foi uma palestra no TED, da atleta Diana Nyad, contando sobre a travessia que fez nadando, de Cuba até Florida. Um feito histórico que ninguém jamais havia conseguido. Ela usa em sua palestra um argumento que o próprio Avancini usou durante a coletiva de imprensa da aposentadoria. “As pessoas sempre perguntam, depois de um grande feito, ‘Qual é a próxima?’” Como assim qual é a próxima? Não tem próxima – ela respondia. Depois de ouvir isso, passei a me perguntar se um dia eu atingiria tamanha excelência em minha vida. A excelência de não querer colecionar objetivos cada vez maiores e mais numerosos, mas sim o de parar e apreciar tudo aquilo. Parar não é fácil. A tentativa de ser sempre um ser humano melhor é incrível e viciante, mas em alguns momentos pode se perder e se transformar em uma espécie de egocentrismo. O Henrique percebeu que, tentar acumular ainda mais títulos não seria algo construtivo para a sua carreira, mas egocêntrico. Assistiram o documentário do Arnold Schwarzenegger no Netflix? Em sua carreira de atleta, ele passou por essa mesma dificuldade, após vencer por mais de 10 anos o “campeonato mundial” de fisiculturismo. Ele não queria mais estar ali, não por estar velho ou performando mal – na verdade ele estava em seu ápice e vencendo tudo. Mas começou a pensar que a sua hegemonia estava atrapalhando o esporte. Decidiu dar espaço para os outros atletas, acompanhá-los em treinos ao invés de competições. Mas, jamais, a típica aposentadoria de quem senta no sofá e vai descansar. Novos objetivos sempre. Algumas palavras do Arnold e da Diana Nyad se assemelham muito com o que o nosso campeão tentou nos explicar em seus motivos de se aposentar. Não é, em hipótese alguma, que ele tenha chegado no fim e se esgotado, mas que, para continuar crescendo, é preciso mudar de direção. Crescer sempre na mesma direção, com os mesmos objetivos, as vezes perde o propósito – palavra que sempre ditou o nosso brasuca do MTB. Existe uma grande diferença entre o Avancini e a maioria dos seus rivais no circuito mundial. Foi sem dúvidas um dos caras com o calendário de corridas mais cheio. O maior roteiro de eventos ‘não-corrida’, como ações de marketing (lembram-se de sua participação fantasiado de idoso no Letape?), entrevistas, documentários, equipe jovem, programa de TV, ações com patrocinadores, viagens transatlânticas etc. Típico do brasileiro. Faz muita coisa, sabe se virar, aprende de tudo um pouco. Que maneiro isso. Sempre vai surgir um especialista de boteco pra falar que se ele tivesse se concentrado só em competir, teria ganhado mais corridas. A troco de quê? Deixar de lado todo esse entretenimento e crescimento do esporte que tivemos durante a era Avancini? Não acredito que alguns mundiais a mais teriam um impacto tão grande como todas as outras ações que o nosso amigo fez com tanto carinho. Não tem preço ir comer um hamburguer em alguma cidade de interior e ver que na TV estava passando o Vida de Biker reprisado. Isso nenhum VDP e WVA fazem. E essas ações são tão valiosas, que o cara percebeu que a partir daqui, vai se focar só nelas. “Só” rsrs. Te prepara Henrique, que agora é que vem a bucha. A vida de atleta amador vai ser uma grande loucura, e temos certeza que você vai ser bem feliz com ela. Então não, a luz não apagou. A festa não acabou. O povo não vai sumir. Não vai perder a graça e não é nenhuma nota fúnebre. Vai ficar mais difícil e emocionante fazer as apostas de quem vence a elite masculina. Vamos ter um cara bem expert nas transmissões, produções e assessoria de equipes. Deixa de ser rival e vira parceiro de todos os atletas. Vamos ter um monte de surpresa que esse maluco ainda vai nos apresentar daqui pra frente. Gente que sabe mudar de caminho, não fica parado nunca. Gente que sabe mudar de caminho, não fica parado nunca. Preciso repetir o aprendizado? Gente que sabe mudar de caminho, não fica parado nunca. Que notícia incrível para o nosso esporte. Obrigado Henrique – por tudo que fez e por tudo que vai fazer daqui pra frente.
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Brasileiro bate recorde mundial da travessia das Américas de bicicleta, sem suporte
No Sábado (02/09/2023), Leandro Carlos da Silva, conhecido como “Léo Pedalando pelo Mundo” terminou a travessia sem apoio de 22.434,79 KM de Prudhoe Bay, no Alasca, até Ushuaia, na Argentina, estabelecendo um novo Recorde Panamericano, sem suporte. O ciclista de Caldas Novas, Goiás, Brasil, começou no dia 30 de maio de 2023, em Prudhoe Bay, no norte do Alasca, a tentativa de estabelecer um novo recorde mundial. O objetivo: chegar a Bahia Lapataia no Ushuaia, no extremo sul da América do Sul em menos de 97 dias. No dia 02 Setembro de 2023, Léo chegou ao seu destino após 95 dias, 16 horas e 57 minutos, superando o recorde anterior sem suporte em 02 dias, 04 horas e 12 minutos. Ele percorreu 22.434,79 KM com 123.803 metros de altimetria acumulada*, cruzou 15 países, diversos fusos horários e todas as zonas climáticas do planeta. Além desse recorde, ele também estabeleceu o novo recorde da travessia mais rápida sem suporte da América do Norte (Proudhoe Bay) a América Central (Cidade do Panamá) em 49 dias. O recorde anterior para o mesmo trecho era de 52 dias. Léo não teve um veículo de apoio que o seguia, assim era ele que tinha que levar seu equipamento, carregar seus eletrônicos, além de lavar sua própria roupa e comprar sua comida. Quando não encontrava hotel nas cidades em que pernoitava, ele ficava em sua barraca de camping, ou dormia ao relento nos acostamentos das rodovias do trajeto. Enfrentou as mais diversas Intempéries e condicões extremas: frio extremo no Alasca, incêndios no Canadá, ondas extremas de calor e chuvas de granizo nos Estados Unidos e México, dificuldades nas passagens de fronteiras na América Central, falta de internet e energia elétrica na Venezuela, estradas precárias (sem asfalto) no Brasil e na Bolívia, frio e ventos contrários na Patagônia Argentina. A bicicleta utilizada foi uma Gravel e passou por três revisões durante toda travessia. A primeira nos Estados Unidos, a segunda no Panamá e a terceira no Brasil. Foram utilizados 4 jogos de pneus, 4 cassettes e 8 correntes durante toda travessia. A bicicleta utilizada foi uma Univox da Swift Carbon, os componentes utilizados são da Shimano e a coroa da Ictus. Léo pedalou todos os 95 dias sem nenhum dia de descanso. Fez média de 236,15 KM por dia. No ano de 2022 ele tentou quebrar o recorde, mas por problemas de saúde teve que adiar o sonho. Nesse ano mais preparado, munido de barraca de camping, com ajuda de especialistas, ele estabeleceu a rota que ia seguir antes mesmo de sair do Brasil, e esses foram fatores primordiais para a conquista do objetivo. E agora? Quais as novas aventuras? INSTAGRAM @leopedalandopelomundo Fotos: Breno Bizinoto
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Shimano Fest bate recorde de público e calcula 30% a mais em volume de negócios
13ª edição do maior festival da bicicleta da América Latina recebeu 50.250 visitantes no Memorial da América Latina, em São Paulo, e gerou R$ 59 milhões em negócios A edição 2023 do Shimano Fest bateu todos os recordes. Recebeu 50.250 visitantes ao longo de quatro dias, de 17 a 20, no Memorial da América Latina, em São Paulo, um crescimento de 5% em relação a 2022, quando reuniu 48 mil pessoas. O volume de negócios superou as expectativas. Com 130 expositores e 230 marcas de bicicletas nacionais e internacionais, o maior festival latino-americano da bicicleta, movimentou R$ 59 milhões, aumento de 30% se comparado aos R$ 45 milhões do evento anterior. Público lotou o Memorial nos quatro dias (Felipe Almeida / Shimano Fest) O Shimano Fest ampliou sua estrutura em 2023, contando com uma área de mais de 4.000 m² no Memorial da América Latina, crescimento de 19% em relação ao ano passado. Tudo pensado para receber o número recorde de visitantes e também de lojistas e profissionais do setor. Somente o número de profissionais credenciados foi de 7.950, 10% a mais do que em 2022. São números corroborados pela satisfação dos expositores. Patrocinador máster do Shimano Fest, a OGGI Bikes faz uma avaliação altamente positiva da edição 2023 do festival da Bike. “Com uma presença marcante no Shimano Fest, a Oggi Bikes mais uma vez se destaca, reafirmando sua importância como uma das protagonistas do setor. A participação da marca no evento, um dos maiores do segmento, ressalta o compromisso em apresentar inovação e qualidade ao público. O estande da Oggi atraiu uma multidão entusiasmada, demonstrando o impacto positivo dos nossos modelos. Além disso, o lançamento da nova marca de bicicletas, a StreetGo, revela a constante busca por excelência e desejo de atender as demandas do mercado. Um verdadeiro show de conquistas e inovações”, disse David Peterle, Sócio Diretor da Oggi Bikes. Vista aérea do Memorial da América Latina (Felipe Almeida / Shimano Fest) Crescimento de 100% – A Caloi revelou dados que ajudam a dimensionar a relevância do Shimano Fest para o mercado. “Foi, sem dúvida, o nosso melhor Shimano Fest na história. Aumentamos em mais de 100% nossos negócios em relação a edição do ano passado. A pandemia fez o mercado de bicicleta crescer muito, mas depois foram meses difíceis, porém, nos últimos dois meses o mercado está mostrando um sinal positivo e as negociações com clientes no Shimano Fest nos deixaram ainda mais otimistas para o final do ano e o futuro da Caloi. Mostra que acertamos na nossa linha de produtos para 2024. Fizemos grandes ações aqui, como a vinda do atleta Henrique Avancini que, com a Caloi, foi campeão mundial e trouxe uma aproximação ainda maior com o público”, comentou Eduardo Rocha, CMO da Caloi. “Nossa participação no Shimano Fest foi acima das expectativas. Muitas pessoas passaram pelo estande, conheceram as novidades, como da BYB Telemetria e a nossa nova van de serviços. Até os estrangeiros das marcas que vieram aqui, e que frequentam eventos no mundo todo, ficam surpresos com a estrutura e a magnitude. O Shimano Fest 2023 foi um sucesso total. Para nós, que trabalhamos com as marcas, é muito importante estar presente em um evento onde está todo mundo que trabalha na área, o contato tanto com representantes, que disseminam os produtos pelo Brasil, quanto os lojistas que acreditam nas marcas”, disse Marcio Gobe, gerente de marketing da Corsa Bike Parts, distribuidora oficial das marcas Fox, Magura, Marzocchi, Race Face, Easton, BYB e Laba7. Mais avaliações positivas de expositores na Expo do Shimano Fest: “Como expositores, para nós foi muito bom. Marcamos presença com um estande superlegal e bem interativo para o público. Na parte de negócios, tudo correu muito bem, já que todos os nossos lançamentos foram super bem aceitos. A procura por todos as nossas novidades foi bem alta, e inclusive os novos modelos Black Edition já estão se esgotando no domingo”, afirmou Nildo Guedes, relações públicas da S2 Indústria da Bicicleta, que completou. “A feira surpreendeu pelo alto número de visitantes, e nosso estande ficou lotado o tempo todo, com o público interagindo, perguntando e conhecendo os novos modelos.” Evento plural – A 13ª edição do maior festival da bicicleta da América Latina manteve a tradição de ser um evento plural, no qual tanto profissionais do setor como amantes da bike de todas as idades puderam conhecer de perto novidades e lançamentos das principais marcas nacionais e importadas, participar de ativações, testar bikes, acompanhar palestras, shows e competições. “Confirmamos a expectativa de receber 50 mil pessoas nos quatro dias de Shimano Fest e isso, claro, nos permite desfrutar a sensação de dever cumprido. Porém, mais que isso, foi muito bom receber feedbacks tão positivos tanto dos nossos parceiros como dos visitantes. Já começamos o planejamento do Shimano Fest 2024”, completou Susana Martin, gerente de marketing da Shimano Latin America. Desafio Mecânico – A tradicional disputa foi uma das atrações da tarde do sábado (19) e reuniu 17 mecânicos. O campeão foi Carlos Eduardo, da CTBIKE de Araçatuba (SP), seguido por Stefano Bezerra, da FL BIKES Itabirito(MG), vencedor no ano passado, e por Vinícius, da Visual Bike São Paulo(SP). Atrações para o público – Durante quatro dias, o Shimano Fest ofereceu diversas atividades relacionadas ao universo do pedal, todas grátis. O Test-Ride by Fairfax Seguros permitiu a 4 mil visitantes experimentar diferentes tipos de bikes, enquanto a Arena Kids by Nathor Bicicletas, foi local destinado a oferecer experiências divertidas sobre duas rodas para a criançada. O 4º Passeio Ciclístico Shimano Fest & Santuu, realizado domingo (20) reuniu 5.068 pessoas em um percurso de 10km pelas ruas e avenidas de São Paulo até o Memorial da América Latina, onde os participantes puderam estacionar as bikes com segurança no bicicletário gratuito by Akad Seguros e aproveitar as atrações do festival. Entre eles, Fabio Takayanagi, presidente da Shimano para a América Latina. Prova de MTB dentro do Memorial da América Latina (Felipe Almeida / Shimano Fest) Além das atividades, as pessoas puderam acompanhar palestras e painéis de discussão no Auditório Diversidade, que contou com uma programação diversificada. Para os amantes da adrenalina de uma competição, o MTB Short Track – Desafio dos Gigantes & Desafio dos Famosos não decepcionou. Pela primeira vez, contou com transmissões ao vivo – pela Avelar Sports, que também respondeu para parte técnica do evento – que podem ser assistidas no Youtube: https://www.youtube.com/watch?v=OnscA_uslPU. A estrutura do Shimano Fest ainda contou com apresentações radicais do BMX Freestyle na Arena Colli, food trucks, shows e ativações das marcas e parceiros na Tenda Expo e Área Steps. O Shimano Fest 2023 foi apresentado por OGGI Bikes, com patrocínio de Fairfax Seguros, Colli Bike, Nathor Bicicletas e Akad Seguros e co-patrocínio de One Corretora. Teve apoio cultural do Memorial da América Latina, apoio da agência oficial Quicky Travel e da Alpha FM, com realização da Shimano. Mais informações: Site: www.shimanofest.com.br Instagram: @shimanofest Facebook: https://www.facebook.com/Shimanofest Arena Kids fez alegria da criançada todos os dias (Felipe Almeida / Shimano Fest)
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Shimano Fest transforma São Paulo na capital da bike neste final de semana
Os dois primeiros dias do Festival da bicicleta, no Memorial da América Latina, são exclusivos para profissionais do setor. Sábado (19) e domingo (20) a entrada é gratuita e a expectativa da organização é receber 50 mil pessoas e mais de R$ 45 milhões em volume de negócios Com expectativa de receber 50 mil pessoas em quatro dias de evento e ultrapassar a marca dos R$ 45 milhões em volume de negócios gerados no ano passado, o Shimano Fest 2023 abre as portas para os profissionais do mercado nesta quinta-feira (17), às 10h, no Memorial da América Latina, em São Paulo. Serão dois dias dedicados aos negócios. No sábado (19) e domingo(20), a entrada – que é grátis – será liberada para o público em geral conhecer de perto novidades e lançamentos das principais marcas nacionais e importadas, participar de ativações, testar bikes, acompanhar palestras, shows e competições no maior festival da bicicleta da América Latina, que chega a 13ª edição. Com 130 expositores e mais de 220 marcas de bicicletas, componentes e acessórios distribuídos pelos 4 mil m² de feira – aumento de 19% na área em relação ao ano passado – o Shimano Fest recebe o que há de mais novo no mercado entre modelos de bikes, peças, componentes e acessórios. A Tenda Expo abriga as principais montadoras e marcas do Brasil e do exterior, entre elas a OGGI Bikes, maior apoiadora do evento e que vai apresentar novidades. Lançamentos – Com a chegada da Cattura Squadra XX1 AXS, Agile Squadra XX1 AXS, Cattura Pro GX AXS e Agile Pro GX AXS, Oggi passa a oferecer opções para mountain bikers que buscam desempenho, com foco em treinos e competições de XC, e também para encarar o pedal entre amigos no final de semana, tudo com algumas das melhores tecnologias disponíveis no mercado. Outro destaque promete ser a mountain bike elétrica Big Wheel 8.0s 2023, que ganhou upgrades, como transmissão mais eficiente e leve – além disso, ela já vem com 14 meses de seguro grátis da Oggi. A Decathlon, maior loja de esportes do mundo, faz sua estreia no Shimano Fest em grande estilo, apresentando novidades do segundo semestre, como bikes, acessórios e serviços especializados. Entre eles estão as bikes elétricas BTWIN LD 500, E-ST 100 e E-ST 500; as mountain bikes MTB RACE 900S e MTB RACE 100S EAGLE, e speed Van Rysel NCR Rival AXS e Tiagra. “Desde a sua fundação, na França, a Decathlon sempre comercializa bicicletas. Nosso primeiro produto desenvolvido e fabricado com a marca Decathlon, inclusive, foi um quadro de bicicleta, em 1986. É algo que está na nossa essência e no qual investimentos constantemente para trazer cada vez mais modelos inovadores e de alta performance, que atendem às necessidades de todos os tipos de ciclistas”, afirma Leandro Sauer, Líder de oferta da Decathlon Brasil. O modelo Lumen será o destaque no stand da SCOTT no Shimano Fest. Trata-se de uma E-MTB com 15.5Kg baseada na Spark, uma bike bicampeã mundial. Segundo o fabricante, conta com um sistema de pedalada assistida silencioso, além de extremamente potente, garantindo a mesma sensação de utilizar uma bike tradicional. Chega com uma bateria interna de 360Wh que pode ser complementada por um extensor de alcance externo de mais 160Wh. Além disso, com a assistência desligada, é possível pedalar normalmente a bike. Modelo Scott Lumen (Scott / Divulgação) A S2 Indústria da Bicicleta, grupo que engloba os fabricantes Sense Bike e Swift Bicycles, promete surpreender o público. “Teremos muitas novidades no MTB XC, que é muito relevante para o brasileiro, mas também nas e-bikes, onde teremos uma coleção incrível, além de novidades na linha Grom, para continuar proporcionando produtos de alta qualidade, para que garotos e garotas tenham uma experiência apaixonante pela bike”, explica o CEO Pierre de Tarde. Pierre de Tarde (Sense / Divulgação) O estande da importadora e distribuidora Isapa contará com produtos e novidades para todos os tipos de ciclistas, indo de suspensões dianteiras para downhill até protetores solares, passando por capacetes, vestuário e muito mais. Confira alguns lançamentos: quadro Absolute Prime SL II, suspensão SR-Suntour DH RUX 38, luvas Absolute Outfit, protetor de câmbio RSD D-Guard, selins Absolute, novos produtos da Algoo e desengripante tira ferrugem Finish Line Chill Zone. Transmissão Absolute Prime 12 marchas, da Isapa (Isapa / Divulgação) A Corsa Bike Parts, distribuidora oficial das marcas Fox, Magura, Marzocchi, Race Face, Easton, BYB e Laba7, promete novidades exclusivas, como amortecedores, freios, rodas, guidões, acessórios e lançamento de uma nova linha de produtos para mountain bikes e ciclismo de estrada que acaba de chegar ao Brasil e será exibida pela primeira vez na Shimano Fest. O estande também contará com exposição da nova Telemetria BYB, apresentação do novo Dyno Test, para amortecedores. Suspensões Fox que estarão no Shimano Fest (Divulgação/Corsa Bike Parts Área STEPS – Além da Expo, uma novidade de 2023 é a Área STEPS, que traz mais opção aos expositores. Ao lado da Tenda da Entrada, que foi um local de grande movimentação no evento ano passado, traz novos espaços para estandes de lojistas e ativações de marcas. Final de semana – Para garantir o ingresso, que é grátis, é preciso acessar o site oficial do evento: https://www.shimanofest.com.br/ e seguir as orientações. Esse procedimento acelera a entrada no evento e evita filas. A Shimano pede apenas, se possível, a doação de 1kg de alimento, que será destinado a instituições sociais. Test-Ride – Além de conferir as novidades nos estandes, o Test-Ride by Fairfax Seguros é outra atração disponível a partir desta quinta-feira (17). Nesse espaço tradicional no Shimano Fest, os visitantes poderão pedalar em modelos de marcas como Oggi, Caloi, Cannondale, Groove, GTA, Outplay e Sunpeed, entre outras. Também encontrarão um novo layout de pista, com a proposta de trazer um percurso que ofereça uma experiência ainda mais divertida de pedal. Palestras e painéis – O Auditório Diversidade contará com uma programação diversificada e gratuita a partir desta quinta-feira (17) até domingo (20), no Memorial da América Latina, em São Paulo. Nos dois primeiros dias do evento será apresentada uma programação de conteúdos voltados aos profissionais do mercado. Além de palestras e workshops sobre tecnologia, comunicação, empreendedorismo, serviços, entre outros e atividades como o lançamento da Frente Parlamentar da Bicicleta, o Auditório Diversidade será palco da apresentação do Shimano CUES. Com uma abordagem nova para a linha intermediária de componentes da Shimano, o Shimano CUES é um projeto de desenho que consolida os sistemas de transmissão de marcha de 9, 10 e 11 velocidades, oferecendo um ecossistema unificado de peças compatíveis. Introduzindo a tecnologia Linkglide da Shimano, de alta durabilidade, o equipamento oferece mudanças mais suaves, componentes mais resistentes e compatibilidade mais padronizada em diferentes categorias. Confira a programação do site do evento: http://shimanofest.com.br/. Tem mais – O Shimano Fest 2023 tem mais atrações até domingo, como a Arena Kids by Nathor Bicicletas, MTB Short Track: Desafio dos Gigantes & Desafio dos Famosos – única prova de MTB urbana disputada dentro da cidade de São Paulo, Arena Radical by Colli Bike, Desafio Mecânico e o Pedal Shimano Fest & Santuu, maior Passeio Ciclístico urbano da cidade de São Paulo que espera reunir mais de 5 mil ciclistas, saindo do Parque do Ibirapuera e pedalando até o Memorial da América Latina, na Barra Funda, no domingo, dia 20, a partir das 8h. Para garantir conforto aos ciclistas, o evento conta com o Bicicletário gratuito by Akad Seguros. Apresentação de BMX Freestyle (Cesar Delong / Shimano Fest) Evento Sustentável – O Shimano Fest – Maior festival da bicicleta na América Latina mantém seu compromisso com a sustentabilidade, novamente comprometendo-se em realizar um evento de baixa pegada de carbono. Para isso conta com a consultoria e logística de resíduos de Mariana Mennato (projeto Seu Lixo Meu) na coleta seletiva e destinação de todo o resíduo gerado pelo evento. Além disso, a empresa Kraft Bowls, que produz embalagens sustentáveis e personalizáveis, vai doar as embalagens ecologicamente corretas para serem utilizadas na praça de alimentação do evento. O Shimano Fest 2023 é apresentado por OGGI Bikes, com patrocínio de Fairfax Seguros, Colli Bike, Nathor Bicicletas e Akad Seguros e co-patrocínio de One Corretora. Tem apoio cultural do Memorial da América Latina e realização da Shimano. SERVIÇO: Shimano Fest 2023 – 17 a 20 de agosto – Memorial da América Latina (Av. Mario de Andrade, 251, Portão 13) – Dias 17 e 18, das 10h às 20h – Exclusivos para profissionais do mercado. Necessário cadastro antecipado e ser um profissional atuante no segmento de bicicleta: http://shimanofest.com.br/index.php/credenciamento/feira-de-negocio/ – Dias 19 (10h às 20h) e 20 (10h às 17h) – Entrada gratuita e aberta ao público (se possível, doe 1 kg de alimento). Necessário cadastro antecipado: http://shimanofest.com.br/index.php/credenciamento/festival-da-bike/
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Fox registra patente de nova suspensão com maior volume de ar no crown
Uma patente recente da Fox procura resolver as restrições de tamanho da câmara de ar que normalmente estão presentes em um único lado do garfo. A solução? Crie câmaras de ar dentro da coroa (o crown) do garfo. A patente detalha várias maneiras possíveis de conseguir isso, incluindo um cenário em que o ar pode passar de uma haste para a outra. Sempre que um novo garfo de mountain bike com suspensão a ar é lançado, é inevitável mencionar uma mudança no volume de ar, seja um aumento do volume negativo da mola, uma configuração positiva diferente da mola, válvulas para liberar o ar que fica preso nas partes inferiores, ou algum outro avanço relacionado ao ar. O objetivo final é inevitavelmente alcançar o equilíbrio ideal entre ter um curso inicial sensível e um curso intermediário de suporte, todos com progressividade de curso final suficiente para evitar pancadas de fundo duras. No papel, não parece tão complicado, mas, dado o ciclo aparentemente interminável de revisões no mundo dos garfos de suspensão, é mais difícil do que parece. A patente de Fox aborda as limitações de volume de ar e diz: “Em garfos de mola pneumática, por exemplo, a necessidade de volume de fluido geralmente é limitada ao espaço disponível. Assim, há um compromisso constante entre o volume de fluido de melhor desempenho e o volume de fluido disponível. A discussão a seguir utiliza uma porção da coroa para obter câmaras de fluido anteriormente inexistentes (por exemplo, uma ou ambas as câmaras de fluido da coroa para fornecer volume de fluido adicional ao(s) tubo(s) da forquilha superior. A patente também descreve a possibilidade de um espaçador de volume ou uma bexiga na câmara de fluido da coroa, algo que adicionaria outro nível de ajuste. Também há menção ao fato de que o conceito também poderia funcionar para um garfo de perna única (aualmente dominado pelas Lefty), deixando a porta aberta para a Fox se aventurar nesse reino pouco povoado. Lembre-se de que as patentes geralmente são escritas de forma a abranger o maior número possível de opções – só porque algo é mencionado não significa que chegará automaticamente ao mercado. Ainda gostamos da ideia da Fox lançar um Righty, no entanto. Vale mencionar que uma empresa italiana chamada Ever Flow lançou recentemente um produto chamado AirLink que é essencialmente uma versão externa do que propõe partes da patente da Fox – um tubo conecta as duas válvulas de ar para reduzir a pressão acumulada.
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Remco Evenepoel vence o mundial de contrarrelógio e cria um canal do Youtube
Ao que parece, uma coisa não tem muito a ver com a outra, mas ambas aconteceram em datas bem próximas Depois da emocionante prova do Campeonato Mundial de Ciclismo que desfrutámos há uns dias, foi a vez do contrarrelógio individual. Uma prova que desta vez foi um verdadeiro desafio para os participantes, não só pela sua inusitada extensão, 47,8 km, mas também pela difícil subida final em calçada até ao Castelo de Stirling, na Escócia. Teríamos que esperar um pouco para ver o jogo consecutivo dos dois grandes favoritos à vitória: Remco Evenepoel e Filippo Ganna, especialmente quando outro dos que poderiam estar lá, como Tadej Pogacar, não teve seu dia de sorte e ficou de fora da luta pela vitória. Números semelhantes foram perdidos por outros especialistas que poderiam ter estado lá, como Geraint Thomas Lennard Kamna ou Stefan Kung. A classificação terminou da seguinte forma: Remco Evenepoel (Bélgica) 55’19’’ Filippo Gannaa (Italia) +12’’ Joshua Tarling (Gran Bretaña) +48’’ Brandon McNulty (Estados Unidos) +1’26’’ Wout van Aert (Bélgica) +1’37’’ Nelson Oliveira (Portugal) +1’52’’ Rohan Dennis (Australia) +1’53’’ Mattiaa Cattaneo (Italia) +1’56’’ Mikkel Bjerg (Dinamarca) +1’58’’ Geraint Thomas (Gran Bretaña) +2’04’’ No ciclismo atual, o atleta não é obrigado apenas a treinar, competir e vencer corridas. O ciclismo é também um palco das marcas de produtos de ciclismo que patrocinam as diferentes equipes e ciclistas, pelo que dar visibilidade e comunicar as vantagens do material é tão importante como a própria competição. Por isso, nos últimos anos, muitos ciclistas ativos têm sido incentivados a criar um canal no YouTube onde, além de cumprir esse objetivo de dar relevância aos seus patrocinadores, aproximam os fãs de alguns meandros do ciclismo profissional. O mais recente a juntar-se a esta nova geração de ciclistas youtubers não é outro senão o grande belga Remco Evenepoel que, no vídeo que estreia o seu canal, nos mostra como é um dia de testes de material no velódromo antes do contra-relógio do Mundial de Glasgow . Especificamente, tratava-se de testar várias roupas aerodinâmicas, já que em sua equipe ele usa roupas da empresa Castelli, enquanto a empresa Bioracer é fornecedora da equipe belga. Durante os testes, eles verificam com números em mãos a melhoria que o novo traje agrega em relação ao ano anterior e buscam como corrigir o ajuste da nova versão para adaptá-la perfeitamente ao corpo de Remco. Além disso, eles também aproveitam a sessão de testes para testar várias versões e configurações do capacete de contra-relógio da Specialized. O vídeo fala por si só, aproveitem!
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Le Tour 2023: um breve resumo
O calendário anual do ciclismo chega ao seu ápice no verão Europeu. O Tour de France esse ano me pareceu um evento com ainda mais notoriedade. Vários canais, sites e mídias diversas fazendo uma belíssima cobertura. Dados impressionantes de transmissão televisiva enfatizaram aquilo que já sabíamos, o Tour de France Masculino é o principal evento esportivo televisionado ao vivo do mundo, com mais de 3.5 Bilhões de telespectadores e mais de 15 milhões de espectadores ao longo das 21 etapas. Um colosso do entretenimento global que precisa melhorar bastante a condição de seus protagonistas, os atletas. Outra coisa que me chamou a atenção foram os holofotes sobre o duelo de um atleta fenomenal com recordes históricos vs um atleta que se mostrou como o mais forte ciclista de grandes voltas da atualidade. Annemiek Van Vleuten vs Demi Vollering Sim, antes de falar do masculino considero importante destacar essas duas fantásticas atletas do mais alto nível, que protagonizaram uma grande disputa no Tour de France Femmes. A expectativa da veterana holandesa, Vleuten de 40 anos, que vinha de seis vitorias em Grand Tour consecutivas (Vuelta – 21, Vuelta/Giro/Tour – 22 e Vuelta/Giro – 23) , além de ser a atual campeã mundial contra a também holandesa Vollering, de 26 anos, que detonou nas clássicas das Ardenas nesse ano, levando a tríplice (Amstel Gold – Fleche Wallone e Liege-Bastogne-Liege) além da Strade Bianche, Campeonato Holandês (o mais forte no feminino) e outras tantas vitorias e pódios em sequencia que a colocam como a atual número 1 do ranking UCI. O Tour de France Femme by Zwift foi disputado em 8 etapas saindo do centro da França em direção sudoeste, até a cadeia de montanhas dos Pirineus, divisa com a Espanha. E foi exatamente no fim que a vitória de Vollering fora conquistada, mesmo após uma penalização de 20 segundos por ter pego um vácuo excessivo no carro da equipe durante a 6ª etapa, culminando inclusive na expulsão de um dos diretores da SDWorxs (equipe de Vollering) que conduzia o carro. Na 7ª etapa, a mais importante dessa edição, Vollering escalou o grande Tourmalet batendo o recorde feminino da montanha – QOM (Queen of Mountain) e abrindo uma distância de Van Vleuten suficientemente confortável para administrar a camisa amarela no contrarrelógio final na cidade de Pau, local da chegada. Sua equipe SDWorx ainda colocou a sprinter-passista Lotte Kopecky no pódio em 2º, com polonesa Katarzyna Niewiadoma (Canyon/Sram Racing) em 3º na Geral. Camisa verde de pontos ficou com Kopecky e a branca de bolinhas, rainha da montanha, com Niewiadoma. Van Vleuten terminou em 4º na Geral com um resultado aquém de suas expectativas. Despedidas Falando sobre o Tour de France masculino, esse foi um ano de grandes despedidas e dentre as mais importantes cito a de Peter Sagan (Total Energies) e Thibaut Pinot (Groupama FDJ). Pinot foi uma lenda para os franceses, super escalador e esperança não concretizada para vencer o Tour – 3º na Geral em 2014. Sempre muito pressionado pela imprensa e pela torcida, mas super apoiado internamente pela equipe, Pinot se aposenta aos 33 anos com vitorias de etapas nas três grandes voltas, um monumento – Lombardia, camisa de rei da montanha do Giro 2023 e vitórias na classificação geral de corrida por etapas de uma semana como Tour dos Alpes 2018 e Tour de L’Ain 2019 e 2017. Já o Sagan, deveríamos escrever um livro a parte. Um dos maiores ciclistas da década passada, senão o maior, com 121 vitorias como profissional e um histórico Tricampeonato Mundial 2015, 2016 e 2017. Vencedor de Paris Roubaix 2018, Tour de Flandres 2016, 3 x Gent-Wevelgem, 12x Etapas do Tour de France, recordista com 7 Camisas Verde do Tour de France (2012 a 2019 com uma falta em 2017 que fora desqualificado por uma decisão da organização do Tour em função de um toque com o cotovelo em Mark Cavendish durante um sprint). Peter The Great, figura cômica, de sotaque carregado, debochado, que foi um exímio downhiller, que esteve envolvido em inúmeras polêmicas dentro das pistas, fora delas e no pódio 😊, mas sobretudo um vitorioso de primeira classe! La se vai um fuoriclasse, como diriam os italianos… O Duelo Essa edição do Tour prometia a reedição do duelo que começou em 2021, se consolidou em 2022 (leia o texto sobre o Inimigo). Tadej Pogacar, bicampeão do Tour, estrela máxima do ciclismo na atualidade, com uma capacidade incrível de ganhar provas nas mais variadas condições de terreno, sejam eles em grandes voltas ou clássicas, contra o atual campeão, frio e calculista Jonas Vingegaard, melhor escalador do planeta com performances recorde nas altas montanhas por onde passa e com um contrarrelógio preciso e eficiente. Para apimentar a disputa, ambos contavam com supertimes na escolta; a UAE de “Pogi” com Yates, Majka, etc vs a Jumbo de “Vingo” com Van Aert, Kuss e ponto final… O Tour largou de Bilbao, no norte da Espanha, no coração do País Basco, região de tradicional paixão pelo ciclismo e entrou nos Pirineus Franceses logo na primeira semana, dando uma agitada na classificação geral pela Amarela desde o princípio. Com uma boa estratégia da Jumbo, e uma extraordinária performance de Vingegaard, o dinamarquês conseguiu abrir a primeira vantagem significativa sobre Pogacar (53s) e que determinou o desenrolar do Tour 2023. Para quem curte performance, Vingegaard subiu o Col de Marie Blanque (7,90km; 8,49%; 671m) em 20’58” – 20,97km/h com estimados 6.92w/kg (misericórdia…), 1:29 mais rápido que o recorde anterior. Aliás se tem uma coisa corriqueira nesse Tour foram os KOMs. Em praticamente todas as montanhas, Vingegaard e Pogacar pulverizaram marcas que perduravam por décadas. Sobrou até para o mítico Marco Pantani que viu sua marca no famoso Col de Joux Plane derrubada pela dupla por 5” mesmo após uma intercorrência com uma motocicleta da TV. Retornando à prova, Pogacar partiu, após essa perda de tempo na etapa 5, para um modo ofensivo e agressivo que lhe é característico, recuperando tempo sobre Vingegaard etapa a etapa. Buscava segundos de bônus em sprints intermediário e nas chegadas fazendo valer a sua característica de atleta com enorme explosão em chegadas. A recuperação foi tão significativa que antes do ITT (Contrarrelógio Individual) da 15ª etapa, a diferença entre Pogi e Vine ficou em apenas 10 segundos. Para efeitos de comparação da ferocidade de ambos, o terceiro lugar estava a 5’21” do líder. O Contrarrelógio Mais uma página heroica da história do ciclismo fora escrita nesse dia. Pogacar, um extraordinário contrarrelogista, tinha a seu favor o desempenho avassalador do Tour de 2020 que demoliu por completo o então líder Primoz Roglic e toda a equipe Jumbo, surpreendendo o mundo todo e definitivamente se estabelecendo como um dos melhores dessa geração. A expectativa que isso pudesse se repetir era enorme e a tensão . Pogacar efetivamente fez um contrarrelógio impecável, rodando na bike de TT na parte plana (16,1km) e substituindo por uma bike de escalada na parte final, uma escalada de 6,3km ate o vilarejo de Combloux. Pogi bateu Wout Van Aert (o melhor dentre os humanos) por 1:13 em pouco mais de 22km de TT, um tempo absolutamente fantástico. Jonas Vingegaard que desceu a rampa depois de Pogacar nos presenteou com uma obra de arte, um memorável contrarrelógio, destruindo todas as parciais no plano e na subida, na mesma bike de contrarrelógio, sem dar a menor chance para Pogacar e emplacando colossais 1’38” de diferença no seu rival. Vingo nunca havia perdido para Pogi num TT e a história permanece. Foi uma performance tão expressiva que poucos na história conseguiram imprimir uma diferença de performance tão grande como essa. Jonas cortava 3” sobre Pogi a cada minuto rodado na pista, um verdadeiro espancamento. I’m gone. I’m dead Essas foram as palavras de Pogacar, na etapa seguinte, durante a escalada final em direção à estação de Ski de Courchevel, subindo o gigante Col de la Loze. Já se pensava que a principal arma de Vingegaard contra Pogacar eram ataques de longa duração em altas montanhas, como ocorrido no Tour do ano passado. Além disso, depois de um contrarrelógio muito estressante, é sabido que alguns organismos sentem mais a mudança de ritmo de prova. Porém o que ninguém previu foi uma explosão completa de Pogacar já no final da escalada do La Loze, com 9,3km pra chegada. A equipe Jumbo com maestria distribuiu 3 gregários na frente de Jonas, que haviam partido em fugas no início da etapa. O primeiro foi Sepp Kuss, em segundo Tiesj Benoot e por fim Wilco Kelderman que asseguraram de vez a vitória do Tour 2023 para o agora Bi campeão Jonas Rasmunssen Vingegaard. Pogacar tomara 5’45” de Vingegaard e terminando o Tour numa das maiores distancias entre o primeiro e o segundo lugares do século XX, 7’29”. As classificações finais foram: Camisa Amarela Jonas Vingegaard Jumbo Visma 82:05:42 Tadej Pogacar UAE Emirates 7:29 Adam Yates UAE Emirates 10:56 Simon Yates Jayco AlUla 12:23 Carlos Rodriguez INEOS Grenadiers 13:17 Camisa Verde (Sprint pontos) Jasper Philipsen Alpecin 377 pts Mads Pedersen Lidl TREK 258 pts Bryan Coquard Cofidis 203 pts Camisa KOM (Pontos Montanha) Giulio Ciccone Lidl TREK 106 pts Felix Gall AG2R Citröen 92 pts Jonas Vingegaard Jumbo Visma 89 pts Nos vemos no Mundial… Au revoir a bientot!!!
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Henrique Avancini é bicampeão mundial de XCM
• Ciclista brasileiro venceu na manhã desse domingo o Campeonato Mundial de Mountain Bike na categoria Maratona (XCM), prova disputada na Escócia • Atleta da Caloi / Henrique Avancini Racing, esse é o primeiro título mundial de uma equipe brasileira no MTB Henrique Avancini venceu na manhã desse domingo (6) em Glasgow, na Escócia, o Campeonato Mundial de Mountain Bike na categoria Maratona. Atleta da equipe Caloi / Henrique Avancini Racing, esse foi o segundo título mundial conquistado por Avancini, mas o primeiro competindo por uma equipe brasileira. Em 2018, em Val di Sole, na Itália, Avancini venceu o Campeonato Mundial na categoria Maratona pela primeira vez. Em 2021, também na Itália, Avancini conquistou o vice-campeonato mundial na categoria Short Track (XCC). Em ambas as provas ele competia na época pela equipe Cannondale Factory Racing. Os dois títulos mundiais de Avancini são as maiores conquistas da história do ciclismo brasileiro. Ele agora competirá no Mundial disputado na Escócia as provas do Cross Country Olímpico (XCO) e Short Track (XCC). Além da Caloi, a equipe Caloi / Henrique Avancini Racing tem também como patrocinadores Shimano, Fox, Vittoria, Z2, 9thWave, Oakley, Strava, Lazer, AminoVital, Ceramicspeed, Pimenteira Imperial, Vorr, Greenpeople, Bauerfeind, Barbedo, SeMexe, Fizik, Morgan Blue e RDR.
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Brasileiro de XCO: chegamos ou passamos do limite nas pistas?
Aconteceu recentemente o Campeonato Brasileiro de MTB no Mobai Bike Land, um bike park alucinante em São Paulo. Nos treinos e nas disputas de XCE, XCC e XCO, nos deparamos com uma quantidade muito alta de atletas acidentados. Primeiro de tudo é importante frisar que a organização do evento estava impecável, assim como o Mobai demonstrou ser um dos melhores lugares para se pedalar no Brasil. Existia ali um desafio logístico de trânsito, acessos, tendas de expositores e estacionamentos que foi resolvido com bastante maestria pelos organizadores. O que acontece foi que assistimos diversos atletas profissionais – afinal, não é uma prova para amadores – se acidentando. E também não estamos falando de atletas que não se atentaram para a nova moda de pistas com saltos. Vários dos acidentados são atletas jovens, que saltam muito bem, fizeram aulas com professores renomados e já aprenderam a pedalar neste novo formato de pistas – e vários se acidentaram fora dos saltos. Sem aquela desculpa de “é a geração antiga que não se atualizou”. É a nova geração que está se acidentando. O Bravinho, com passagens compradas para competir o mundial na Escócia, quebrou a clavícula. Gabriela Ferolla, também com planos internacionais para esse ano, teve fratura em algumas vértebras. Guilherme Muller já foi submetido à uma cirurgia após um tombo treinando na pista. Mikiba e Vinicius Howe são outros nomes de atletas experientes que se machucaram na pista. Vários outros casos aconteceram no final de semana e o trabalho dos socorristas foi bem mais agitado do que eles esperavam. Entendo que talvez nem mesmo esses atletas vão concordar com o que vou dizer aqui, mas a minha opinião já é conhecida: as pistas passaram dos limites. Não, o Brasil não está mais seguindo uma tendência das pistas mundiais para ter um nível gringo. Ele já passou há muito tempo. O que acontece é que está rolando uma disputa entre os organizadores para definir um novo anfitrião para os eventos UCI (Copa do Mundo, principalmente) que devem vir para o Brasil. A tentativa de mostrar para os gringos que “nós temos a melhor pista” ou “nível técnico mais alto” chegou em uma disputa insalubre. Faço questão de explicar: todos esses trailbuilders e organizadores de prova que entraram nessa disputa são excelentes profissionais. O conhecimento que eles têm sobre pistas, saltos, curvas, materiais, topografia é gigantesco. Não é à toa que estão construindo pistas tão incríveis como a do Mobai. Onde está o erro? Para começo de conversa, as pistas de XCO na gringa não são iguais à essas que estão aparecendo por aqui – relato que peguei com atletas profissionais das equipes brasileiras, que me disseram que o mesmo relato foi feito pelos gringos que estavam em Petrópolis. A quantidade de saltos na Copa do Mundo do Brasil estava anormal. Em segundo lugar, queria fazer uma breve comparação com alguns outros esportes e modalidades: – Enduro: As pistas de enduro são bem menos perigosas do que as atuais pistas de XC, assim como possuem uma proporção de acidentes menor. Eu, particularmente, não me arrisco mais a competir uma prova de XCO, mas tenho competido as mais importantes de Enduro. Nenhuma prova de Enduro no Brasil (e acredito que no mundo inteiro) possuem sequer um décimo da quantidade de saltos que existe no XCO. Triathlon: Uma vez escutei um treinador dizer que correr a pé imediatamente depois de ter feito natação e ciclismo é um esporte totalmente diferente de simplesmente correr. As pernas ficam quadradas, o desgaste muscular cria dificuldades que um corredor jamais imaginou experimentar – por isso o Triathlon é um esporte tão complexo. A mesma coisa acontece no MTB. Pegar uma descida técnica e perigosa é muito diferente quando você o faz imediatamente após pedalar em uma subida com força total. Os atletas de enduro podem atestar isso com maestria: se não fizerem o devido descanso antes de iniciar uma especial, é fato que terão uma infinidade de dificuldades durante a descida. Fiz esse paralelo com o Triathlon e o enduro para explicar o porquê aconteceram alguns acidentes em locais simples na pista do brasileiro, longe dos saltos. O desgaste que as rampas criam nos braços e musculatura geral do atleta, somado com os sprints de subida, fazem com que um “simples” rock Garden, típico de uma pista de XCO old school, torne-se algo um pouco mais complexo e passível de erros. Meu ponto nessa comparação é: as pistas de bike park são excelentes para um pedal “for fun”, mas tornam-se um pouco caóticas quando você coloca um pelotão nervoso, que larga com força total, cotovelo com cotovelo, fazendo as subidas a 190 bpm e então joga os atletas para a sessão de saltos. Assim como no Triathlon o, XCO feito em uma pista de saltos de bike park vira um esporte totalmente diferente que não se encaixa nem no XCO e nem no enduro. Isso explica o motivo de vários acidentes terem acontecido fora dos pontos mais complexos, entendem? A pista inteira passa a ser mais perigosa. Nota: no enduro, que me parece bem mais seguro, é obrigatório capacete fechado e joelheiras. Não, não sou a favor de evoluir os equipamentos obrigatórios do XC, mas somente de que as pistas voltem ao limite que sempre tiveram. Wakeboard/ Wakeskate: um amigo me contou que alguns anos atrás eles começaram a colocar pequenas rampas dentro da água. Todos tiveram que aprender a saltar. Aos poucos, as rampas foram crescendo. Todos tiveram que se adaptar à nova evolução e tendência mundial. Exatamente igual rolou nas provas de XCO, concordam? Chegou um momento que estavam construindo mega-rampa (igual aquelas gigantes de skate) dentro da água. O que aconteceu foi que, esse cenário de “elevar o nível do esporte” resultou em alguns atletas profissionais, famosos, que ficaram paraplégicos. Demorou algum tempo, mas as federações perceberam que havia um limite e eles claramente haviam passado. Voltaram atrás, utilizando somente rampas pequenas, sem exageros. Existe um argumento incontestável: essas novas pistas, com os vários saltos, realmente elevaram o cenário nacional. Sim, é verdade. Eu entendo o quanto isso é verdade e parabenizo todos os organizadores e trailbuilders pela coragem de fazê-lo. Acontece que, além do problema de segurança criado, o cenário do XCO amador morreu. Apesar de todo o crescimento da bike no Brasil, a quantidade de amadores que se inscrevem em uma prova de XCO despencou. Por que? Nenhum mortal quer se arriscar nessas pistas, só os alienígenas. Foram todos para o XCM, enduro, bike elétrica etc. 30 pulos em um circuito de 5 km não é para amador – isso é um fato. BMX e Cyclocross – E as disputas legais que a gente tinha antes, como por exemplo, uma subida quase impossível de zerar pedalando, pararam de existir. A disciplina de empurra bike (desclipar, carregar a bike, dar uns 5 passos correndo, para então subir de novo na bike), típica das provas de cyclocross, deixaram de existir no XCO. Lembro-me de como era legal um trecho em Araxá onde os atletas trocavam várias posições em uma curta subida onde todos precisavam carregar as bikes e cada um tinha uma velocidade diferente para clipar e desclipar os pedais. Até que o Rubinho conseguiu passar pedalando por lá. Deixou de ser uma subida impossível. A torcida foi à loucura, sem nenhum sangue ou carnificina para entreter os que gostam de assistir tombos. Esse tipo de desafio simplesmente parou de existir no XCO. Acontece que hoje nós abandonamos por completo essas disciplinas de cyclocross (que muito tem a ver com o XCO) para adotar 30 trechos com disciplinas do BMX. As pistas são todas feitas de saltos, sem testar nem um pouco da habilidade de empurra bike ou de zerar uma subida técnica praticamente intransponível. E existe outra discussão: Essas pistas são interessantes para quem? Quem entende de mercado sabe que quem sustenta os eventos, marcas e consumo geral é o amador. Não faço ideia de como andam as contas de cada organizador de evento, mas tenho curiosidade para saber se este formato com foco total em atletas profissionais está sendo realmente rentável e por quanto tempo. A principal suspeita é de que as pistas, cada vez mais cinematográficas, interessam somente para as transmissões e espetáculo midiático. Percebi que um pulo gigantesco é onde existe a maior aglomeração de pessoas para assistir. É ali que deve ser posicionada a câmera principal da transmissão, não é isso? É normal que a gente queira estar perto daquilo que é mais perigoso e radical. Ver ao vivo um tombo e talvez até filmar para mandar para os amigos (ou postar na sua revista digital). Em outras palavras: os obstáculos passam a ser construídos para serem midiáticos, para chamarem atenção de espectadores, patrocinadores e UCI – não por quesito técnico. É o famoso “todo mundo quer ver sangue”. Construir saltos por que eles deixam a transmissão mais emocionante é definitivamente nos rebaixar ao mesmo trabalho que fazem aqueles jornais que só noticiam mortes, assassinatos e explosões. Não venham me falar que esses pulos deixam a disputa mais acirrada, isso não é verdade. Os pulos tem uma velocidade praticamente exata para serem transpostos. Afinal, se você passar muito lento, não vai conseguir pular. Se você passar muito rápido, vai aterrissar fora da recepção e certamente vai se acidentar. É por isso que quase nunca acontece uma ultrapassagem em um salto – ali é um ponto onde todos os atletas passam na mesma velocidade. Dois ou três saltos é bacana, mas 30 é puramente midiático. E olha que quem está escrevendo isso é um cara da mídia, que geralmente faz parte da turma que gosta de incitar essas questões cinemáticas e “tocar fogo no parquinho”. Não, esse formato de jornaleco que sai sangue e ama apontar erros nunca fez o meu estilo. Antes de ser mídia eu sou ciclista e já competi várias provas de XCO. Eu tava lá quando começou o primeiro salto em Araxá, em 2011. Eu me lembro muito bem em 2014, quando uma atleta italiana morreu treinando em uma pista da Copa do Mundo. De lá pra cá, vários acidentes já aconteceram no Brasil e no mundo do XCO. Acidentes sempre vão acontecer no esporte, mas existe um momento que a gente precisa refletir se não passamos do limite – e esse campeonato brasileiro certamente foi um termômetro para mostrar que, assim como no wakeboard, o limite foi ultrapassado. Foram muitos acidentes. Não culpo os organizadores e admiro muito o trabalho de todos eles. Não estou aqui para apontar erros ou culpados, como vi alguns atletas fazendo durante o evento – e repudio totalmente a forma que eles colocaram a sua opinião ali. Os organizadores são vítimas de algo que começou como uma tendência legal e necessária (e que bom que eles tiveram coragem de dar os primeiros passos), mas evoluiu para uma disputa cinematográfica, midiática e insalubre entre eles. A hora é de dar um passo atrás – e ganha o primeiro a puxar a fila para alinhar de novo as pistas no que é o formato do verdadeiro XCO atual. Foto: César Delong
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Documentário “Perdidas: Onde um caminho te leva a vários rumos”
O documentário sobre a trilha Perdidas, em Nova Lima, região metropolitana de Belo Horizonte, é o primeiro capítulo de uma série de filmes que irão retratar grandes picos de pedal pelo Brasil. Com estreia marcada para esta quinta-feira (27/07), o documentário transporta os espectadores para uma jornada pelo complexo de trilhas conhecido como Perdidas, localizado em Nova Lima, ao lado de Belo Horizonte. Perdidas é um verdadeiro tesouro para entusiastas de motos e bicicletas, uma área que há décadas atrai aventureiros em busca de adrenalina e diversão off-road. A região tem sido explorada por motociclistas desde a década de 70 e, ao longo dos anos, ganhou destaque como a parte final do prestigioso Enduro da Independência. O documentário capta a essência única desse lugar extraordinário, onde bikes “aspiradas”, e-bikes e motos convivem e se respeitam, compartilhando a paixão pela natureza e pelas emocionantes trilhas. “Perdidas: Onde um caminho te leva a vários rumos” mergulha fundo na cultura off-road e traz depoimentos exclusivos com ícones da cena, incluindo Breno Bizinoto, Hugo Prado Neto, Daniel Bahia, Bonésio “Bobó”, Nina Carvalho, entre outros. O documentário é um tributo à comunidade apaixonada que encontra na Perdidas um refúgio para escapar da agitação da cidade e se conectar com a natureza de forma única e emocionante. A produção do documentário é da IQ, assim como o convite para todos os entusiastas do mountain bike a embarcarem nesta viagem imperdível, com estreia marcada para quinta-feira (27/07), às 21h, em seu canal oficial no Youtube. A partir de então, os novos episódios repletos de emoção e aventura serão lançados semanalmente, mantendo os espectadores envolvidos com a história da Perdidas. Prepare-se para sentir a emoção do mountain bike, a beleza das trilhas e a união entre as diferentes modalidades que fazem da Perdidas um local verdadeiramente especial.
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“Hoje foi um dos piores dias da minha vida na bike” – Tadej Pogacar
A distância de 10 segundos entre dois pretendentes pela camisa amarela foi amplamente aumentada no TT, mas a disputa foi enterrada na etapa seguinte. Este foi o dia em que morreu a corrida pela camisa amarela do Tour de France 2023. Ou mais especificamente quando um de seus dois principais protagonistas assim o declarou. Tadej Pogačar não durou o suficiente para ver as encostas mais difíceis do dia na roda de seu inimigo. Nas encostas mais baixas do longo e temível Col de la Loze, ele comunicou por rádio a seus companheiros de equipe: “Fui. Eu estou morto.” Com isso, a frente da corrida subiu sem ele, as câmeras de TV cortando apenas momentaneamente para transmitir seu sofrimento antes que isso também fosse esquecido. No final do dia, ele havia caído mais de 5 minutos e meio atrás da camisa amarela. “Tentei comer o máximo possível, mas nada entrava nas minhas pernas, só ficava no estômago”, disse ele. “Eu estava muito vazio depois de três horas e meia, estava muito vazio na primeira parte da subida.” O esloveno disse a seu companheiro de equipe Adam Yates, que começou o dia em terceiro da geral, para “salvar o pódio” ao cair na retaguarda, acompanhando a subida do fiel companheiro de equipe Marc Soler. Pogačar acrescentou: “Se eu não tivesse um apoio tão grande ao meu redor… Já estava pensando que perderia o pódio hoje, mas estava realmente lutando com Marc [Soler] até a linha de chegada.” Ele disse: “Acho que até na etapa para Col du Granon [em 2022, quando ele perdeu a camisa amarela para Vingegaard] eu estava muito, muito melhor do que hoje. Devo dizer que hoje foi um dos piores dias da minha vida na bike, mas tive que continuar lutando.” O líder da UAE havia caído no início da etapa, mas quando perguntado se isso o afetou, ele disse: “Não sei, não dói tanto, dói um pouco. Talvez tenha afetado meu corpo, mas não pude trabalhar hoje, não foi um bom dia.” Apesar de perder muito tempo e agora estar 7:35 atrás de Vingegaard em segundo, com Yates ainda em terceiro, o esloveno tinha esperanças de tentar outra vitória na etapa 20 através dos Vosges. “Espero me recuperar depois de hoje… Será uma boa etapa se eu tiver boas pernas, se pudermos almejar uma vitória na etapa e manter o pódio comigo e com Adam, então será um bom resultado”, disse ele.
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O trabalho de última hora que Van der Poel fará pelo Mundial de MTB e por uma vaga olímpica
Mathieu van der Poel não se encontra como esperávamos neste Tour de France. Uma corrida em que ele estreou de forma espetacular na edição de 2021, onde deu uma autêntica exibição no Mur de Bretagne e vestiu-se de amarelo, mas desde então não conseguiu brilhar nesta prova apesar de continuar a insistir em sua tentativa. Já é conhecida a informação que Mathieu van der Poel estará no próximo Campeonato do Mundo de XCO em Glasgow e que o fará apenas 6 dias depois de disputar o Campeonato Mundial de Estrada, mas agora o técnico da Holanda confirmou e explicou quais são os suas opções para estar nos Jogos Olímpicos de Paris 2024. O holandês Mathieu van der Poel sempre confessou que a conquista da medalha de ouro nos Jogos Olímpicos de MTB foi um dos grandes objetivos da sua carreira, mas a verdade é que as coisas se complicaram muito para ele desde que sofreu em Tóquio 2020 um dos quedas mais lembradas neste esporte. Essa queda provocou problemas nas costas de Van der Poel que, depois de o obrigar a parar, obrigou-o a focar-se na estrada e no ciclocross para continuar a competir a alto nível. Isso nos privou do talento holandês do mountain bike, mas também deixou a Holanda quase sem opções de vaga olímpica na modalidade para Paris 2024. A possibilidade de conseguir essa vaga é baixa, sendo que a única alternativa para tal feito é a Holanda ser um dos países mais bem classificados no Mundial de XCO que será disputado em Glasgow no dia 12 de agosto. O técnico holandês já confirmou a presença de Van der Poel. Para tentar uma vaga olímpica, a seleção holandesa irá para o Mundial de MTB 2023 com uma dupla poderosa formada por Mathieu van der Poel e Milan Vader, mas o problema é que Van der Poel chegará em Glasgow depois de mais de 2 anos sem competir no mountain bike, o que o deixou sem pontos UCI e o fará largar das últimas colocações. No passado Van der Poel mostrou que tem talento de sobra para enfrentar esse tipo de desafio, mas em menos de um mês poderemos ver se ele é capaz de superar tantas adversidades desta vez.
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A desconhecida excelência dos eventos de bike no Brasil
Já percebeu que o Brasil é campeão em algumas coisas pelo mundo? Nossa música, por exemplo, é uma das mais complexas e bem estruturadas, conhecida em todo o globo. Outro exemplo que temos é o da boa comunicação e afetividade. O brasileiro é visto como um cara muito caloroso na hora de dialogar em reuniões de negócios, apresentações ou vendas. Alguns produtos em específico como o café, o queijo e a cachaça (talvez eu esteja tendencioso por ser mineiro) também já ganharam alguns campeonatos pelo mundo e mudam a conversa até daqueles que sofrem com a tal “síndrome do vira lata brasileiro”. Até os mais pessimistas reconhecem que o Brasil manda bem nessas áreas. Você já entendeu onde eu quero chegar. Apesar de possuir menos horas vôo no que diz respeito ao ciclismo e mtb, descobrimos grandes atletas talentosos, mas principalmente eventos que tem uma excelência imbatível. Nem sempre foi assim, mas nos últimos anos observamos que foram enterrados os organizadores de eventos que ainda insistiam em fazer eventos meia-boca. E olha que nós já vimos de tudo nesse meio. Prova com a sinalização capenga era o que mais tinha. Ponto de apoio sem água era o menor dos problemas. Largadas que atrasavam 2 horas e pódios que chegavam a 4 horas de espera. Em 2009 eu vi um Campeonato Brasileiro de Maratona que não tinha nem uma caixa de som pra fazer a largada. Foi só o comissário contando “1, 2, 3 e já!”. Te juro. Todos os atletas ficaram perdidos naquele dia, por que nem os fiscais da prova sabiam indicar o caminho correto. Meu ponto aqui é para falar como a coisa mudou e como alguns eventos brasileiros estão bem à frente de vários que vemos na gringa. Lembro quando o Brou resolveu subir o sarrafo dos pontos de apoio e colocou um churrasqueiro no meio das corridas. Ao invés de copinho de água, tinha energético, Gatorade, açaí, Yakult, iogurte, um tanto de tralha. Não que isso seja indispensável para uma prova de MTB, mas fez com que todos os outros organizadores se atentassem para o mínimo: água, refrigerante e isotônico, sempre gelados e disponíveis. O mínimo passou a existir. Lembro-me quando o Mário Roma apresentou a Brasil Ride e o grande comentário de quem participou da primeira edição é que a experiência gastronômica do evento era imbatível. A qualidade do café, almoço e janta eram mais discutidas do que a altimetria de cada etapa. Competi no final do ano passado a primeira edição de uma prova de enduro em Santa Catarina, o Trans Costa Esmeralda. Os caras estavam no primeiro evento deles e já entregaram um pacote de inscrição com tudo incluso, comida caseira em cada refeição do dia e em todos os pontos de apoio da prova (que estavam até exagerados). E resolvi escrever esse texto por que neste final de semana fiz uma cobertura do WOS Canastra, de dentro do carro do diretor da prova. Fui de carona até os pontos de apoio, fizemos o percurso na mão e contramão, filmei a largada, chegada e várias trilhas no meio dessa corrida. Percebi o quanto é difícil fazer as coisas funcionarem certinho em uma maratona ou ultramaratona de MTB. Os caras são artistas, tem o sangue frio para resolver os problemas. É o rádio da ambulância avisando que tá indo levar um atleta no hospital, ao mesmo tempo que os caras do ponto de apoio toparam um enxame de abelha no meio do mato. Só incêndio pra apagar, o tempo inteiro. E de verdade, participei de grandes eventos em outros países e nem sempre os caras são tão pra frente assim. É normal e aceitável acabar a água do banho ou a comida não estar tão boa assim. Todos entendem que é difícil organizar um evento no meio do mato e perdoam estes pormenores. Aí que a gente ficou mal acostumado. Essa inovação do organizador de provas brasileiro, de colocar churrasco no apoio, roda de capoeira na chegada, feira de artesanato durante a premiação ou montar a secretaria de provas ao lado da festa do queijo canastra, isso é da nossa turma. “Tá ficando cada vez mais difícil organizar evento ruim no Brasil” – Frase do amigo Henrique, do Pra Quem Pedala. Faz todo sentido o que ele explicou lá naquele vídeo, que viralizou alguns anos atrás. Precisamos lembrar que o nosso esporte não é feito só por atletas e equipes, mas principalmente pelos organizadores de evento. Garanto que se houvesse um campeonato mundial entre eles, o Brasil já seria hexa. Parabéns a todos estes guerreiros e obrigado por subir o nível do nosso esporte!
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Mark Cavendish cai e abandona o Tour de France na oitava etapa
No ano em que Cav anunciou a sua aposentadoria e último Tour de France, prestes a bater um recorde mundial de vitórias na prova, um acidente finaliza a sua participação na edição de 2023. Mark Cavendish abandonou o Tour de France depois de cair durante a oitava etapa. O piloto da Astana-Qazaqstan foi visto deixando a corrida em uma ambulância, usando uma tipóia, depois de cair no chão na estrada para Limoges no sábado. O velocista estava perto de bater o recorde de vitórias na etapa do Tour na noite de sexta-feira, perdendo por pouco a finalização da sétima etapa. Ele sofreu uma falha mecânica naquele sprint, mais tarde se descrevendo como “arrasado” com o resultado. Isso significa – a menos que os planos mudem – que Cavendish permanecerá com 34 vitórias em etapas do Tour, mantendo o recorde junto com Eddy Merckx, já que esta será sua última temporada como ciclista profissional. Um toque de rodas a cerca de 61 km do final da etapa oito criou um acidente que nos deu a entender que ele veio a quebrar a clavícula. Não conseguiu voltar para a bike, tendo posteriormente sido encaminhado para uma ambulância, sendo o seu abandono confirmado pela organização da prova. Na sexta-feira, depois de perder para Jasper Philipsen [Alpecin-Deceuninck], ele disse: “Na verdade, estou muito arrasado. Os meninos se saíram bem, consegui um bom salto, mas nessas situações não era para ser. Não é crença então, é esperança. É o que é, a gente tenta de novo.”
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4ª etapa do Tour de France teve três acidentes nos últimos 2 km
Jasper Philipsen carimbou sua autoridade no Tour de France vencendo o segundo sprint consecutivo. O belga passou por um sprint caótico que contou com três quedas diferentes em menos de 2 quilômetros, levando a vitória na quarta etapa do Tour de France. “Foi apertado no final, então fiquei feliz que eles confirmaram [o resultado] rapidamente”, disse Philipsen, referindo-se à revisão da chegada pelos comissários ontem. O sprint foi caótico com três quedas separadas entre as vítimas estava Fabio Jakobsen (Soudal – Quick-Step). Philipsen acrescentou: “Ouvi algumas quedas ao meu redor, então espero que todos estejam bem. Foi um final agitado e perdi meu time, mas na reta final encontrei Mathieu van der Poel e ele fez uma puxada incrível para me levar à vitória. Philipsen também vestiu a camisa verde, cortesia da vitória na etapa e sua vitória no sprint intermediário no início do dia. O belga não deixou dúvidas de que é o homem mais rápido do mundo neste momento. O resumo da etapa mostra o caos dos tombos nos metros finais da corrida: